Do projeto Andar de Novo à Copa do Mundo: o Brasil real – Paulo Henrique Silva

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O dia 12 de junho de 2014 entra para história do nosso país por vários motivos que vão muito além do futebol.

Desde 2001, anos antes do Brasil ser escolhido como país sede do Mundial, o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pesquisador e professor titular do Centro de Neuroengenharia da Universidade Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, dedica-se ao Projeto Andar de Novo.

São aproximadamente 150 pessoas, reunidas em um consórcio formado por universidades e institutos de pesquisa do mundo todo e sob o comando científico do brasileiro Nicolelis, com o objetivo de desenvolver uma tecnologia de interface cérebro-máquina que permita pessoas com mobilidade restringida – como paraplégicos – a voltar a andar usando a mente para controlar um equipamento externo – o exoesqueleto.

O exoesqueleto foi batizado de “BRA-Santos Dumont I”, em homenagem a quem Nicolelis considera o maior cientista brasileiro de todos os tempos.

Projeto Andar de Novo – Entrevista com Miguel Nicolelis:

Durante a abertura da Copa do Mundo 2014 na Arena Corinthians foi realizada uma demonstração ao público com o chute simbólico dado por Juliano Pinto, um dos oito pacientes voluntários que participam do projeto e, lamentavelmente, não transmitido pela televisão em sua plenitude, que se limitou a ‘dar atenção’ a breves segundos da apresentação do experimento que pode render ao Brasil o seu primeiro Prêmio Nobel.

Para efeito de comparação, a Argentina possui cinco Prêmios Nobel.

Por outro lado, a Copa do Mundo teve início e o Brasil está sendo elogiado pelos turistas estrangeiros, seja pelo calor humano do nosso povo, sempre de braços abertos àqueles que nos visitam, seja pelas condições que estão encontrando em nossos aeroportos, hotéis, transporte público, segurança e por aí vai.

Mesmo com a grande mídia do país jogando contra, o Brasil vai dando conta do recado na organização de mais um grande evento esportivo no país e as nossas mazelas – sim, elas existem! – estão sendo comparadas pelos estrangeiros como situações que existem em qualquer país do mundo, inclusive naqueles que são idolatrados por colunistas e ‘especialistas’ da maioria dos veículos da mídia brasileira.

E no Brasil real, se foram muitas as conquistas nos últimos anos, ainda há muita coisa para ser feita. Entretanto, o caminho que alguns estão escolhendo está muito distante daquele que a imensa maioria do nosso povo prefere, ou seja, o caminho da construção, da igualdade e da cidadania.

A elite branca da área vip da Arena Corinthians foi na contramão dos valores da nossa sociedade, mesmo que em determinados episódios estes valores se demonstrem invertidos. Puxar um coro de xingamento à Presidente Dilma, desrespeitando não só a mulher – mãe e avó, mas também a instituição da Presidência da República, justamente no momento em que os ‘olhos’ do mundo estão voltados para o Brasil, foi um tiro no pé.

Reclamar da educação do país está corretíssimo e exigir melhoras é legítimo.

Agora, demonstrar que a criação de berço deixou a desejar, ainda mais por pessoas que se acham diferenciadas e formadoras de opinião, aí é alarmante.

E estejamos atentos, porque candidato à presidência que apoia um ‘vai tomar no c…’ para a Presidente do Brasil, o que será que ele está reservando para o povo?

O Brasil real é o país das conquistas; é o país do reconhecimento a Santos Dumont e a Miguel Nicolelis; é o país do pré-sal e do Ciências sem fronteiras; é o pais do combate à fome e à pobreza extrema; é o país com Plano Nacional de Educação que destina 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação (agora com o Brasil, são apenas 5 em todo o mundo!); é o país aonde o povo reconhece as fraquezas de sua nação e trabalha para eliminá-las.

Vamos adiante, pois há muito que se fazer no Brasil, mas de forma civilizada, transparente, sem meias verdades ou mentiras.

Forte abraço!

Chute simbólico dado por Juliano Pinto, na abertura da Copa do Mundo 2014, em São Paulo – Foto: Reprodução

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