Amana Maris Ribeiro Greco – As pessoas que sabem quem são e o que querem na vida são bem mais difíceis de escravizar

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Li o título deste artigo em um post no Facebook essa semana, que teve muito em comum com outro texto que li para um trabalho que fiz. Textos bastante interessantes que inspirou a escrever sobre algo que na atualidade tem impacto no momento em que poderíamos ser mais produtivos na vida: na juventude.

Já parou para pensar em como você é ocupado? Como as coisas aconteceram para que você chegasse a este ponto? Não tem ideia, né?

Basicamente, grande parte dos brasileiros assalariados aprende que são oito horas para trabalhar, oito horas para dormir e oito horas de tempo livre. Na prática, as coisas não acontecem bem assim. As oito horas não são contadas a partir do momento em que você levanta cedo para trabalhar, lava o rosto e engole alguma coisa. Não é levado em consideração o tempo de deslocamento que em grandes centros urbanos pode chegar até duas horas em um trânsito caótico e quem sabe dentro de um ônibus que já superou o limite de pessoas a ser transportadas. Sendo assim, você acaba por dormir umas seis horas, trabalhar exaustivamente e não consegue sequer se recuperar deste cansaço para aproveitar seu tempo livre.

Mas por que as coisas acontecem desse jeito? Para ler um livro que está encostado na estante, para praticar uma posição do kamasutra com o marido, vislumbrar a natureza e desfrutar da companhia das pessoas à nossa volta em um bom bate-papo, necessita-se ter tempo livre… Tempo livre é o que permite a criatividade e a genialidade aflorar, é o que define o andamento da saúde e o que você vai fazer nos próximos anos, ou quais serão seus projetos e expectativas para o futuro e eventualmente definirá sua qualidade de vida. Tempo livre é tão importante e por que só nos vemos ocupados com coisas muito menos decisivas e relevantes na vida? Como você vai ser capaz de desenvolver um projeto pessoal se você não tem tempo livre para simplesmente sonhar em algo que possa chegar a ser um projeto?

Quando não estamos trabalhando para alguém e alimentando o ciclo capitalista e competitivo no qual vivemos e pouco beneficia aos que estão na base da pirâmide social (ou seja, a maioria de nós!) deveria estar investindo esforços em um projeto pessoal! Será que temos estes projetos? Se não, por quê? Quem está ganhando com a nossa ocupação? Por que acabamos por nos tornar uma geração tão ativista, que na verdade pouco sabe sobre aquilo em que está empenhada ativamente? Desenvolvemos uma personalidade ativista, que pouco sabe sobre aproveitar o tempo livre e priorizá-lo a ponto de desenvolver criativamente o que realmente amamos fazer e que provavelmente nos trará satisfação, benefícios comunitários e eventualmente, prazer na vida. Haveria como interromper isso e salvar o futuro dessa jovem geração em apuros?

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