A empresa Telexfree anunciou, através de um comunicado em sua página na internet, que suspendeu suas atividades enquanto cuida de pendências com a Corte de Falências dos Estados Unidos e outras agências governamentais americanas.
O anúncio ocorre depois que Katia Wanzeler, mulher de Carlos Wanzeler, um dos coproprietários da TelexFree, foi presa na noite de quarta-feira (14) no aeroporto internacional JFK, em Nova York, enquanto tentava embarcar num voo para sair dos Estados Unidos.
Carlos Wanzeler é considerado fugitivo pela polícia americana. Ele teria fugido dos Estados Unidos para o Brasil com um voo partindo do Canadá. Seu parceiro de negócios, James Merrill, foi preso na semana passada e está sob custódia, aguardando uma audiência que deve acontecer nesta sexta-feira.
O principal órgão regulador do mercado de títulos no Estado de Massachusetts acusou a TelexFree de promover um esquema de pirâmide que movimenta US$ 1 bilhão junto a públicos que incluem brasileiros residentes nos Estados Unidos. William Galvin, secretário de Estado de Massachusetts, afirmou que a empresa ofereceu títulos fraudulentos e não registrados no Estado e fez falsas promessas a potenciais participantes de que poderiam ficar ricos rapidamente.
Esquemas de pirâmide pagam mais aos participantes para recrutarem novos membros do que para venderem os produtos oferecidos. A TelexFree entrou com pedido de recuperação judicial no Estado norte-americano de Nevada na segunda-feira. “Por meio da oferta ou venda de títulos não registrados, a TelexFree tem causado e continua a causar grande prejuízo para minorias pouco instruídas ao atraí-las pelo falso pretexto de enriquecimento rápido”, afirma a acusação.
(Nota publicada no site da empresa)
Proibida no Brasil
A TelexFree está proibida de operar no Brasil desde o ano passado. Ainda em maio, a empresa foi multada em R$ 5,59 milhões por desrespeitar o Código de Defesa do Consumidor e fazer propaganda enganosa. Segundo o Ministério da Justiça, a empresa omitiu informações sobre os serviços “prometeu lucros rápidos e fáceis, e induziu o consumidor em erro”.
Nas investigações foram identificadas cláusulas abusivas nos contratos de adesão. A TelexFree, por sua vez, informou aos órgão de fiscalização que é uma empresa de marketing multinível e que seus divulgadores publicavam anúncios na internet, comercializavam pacotes de telefonia, e eram remunerados por esse serviço. De acordo com o ministério, a empresa não tinha autorização do órgão regulador para comercialização de tais serviços.