Programa ajuda dependentes químicos a refazerem a vida no Vale do Aço

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Homens com idades entre 18 e 59 anos, a maioria de família de baixa renda, que tiveram emprego e relacionamentos prejudicados por causa da dependência de drogas como o crack, a cocaína e o álcool. Esse é o perfil dos internos nas comunidades terapêuticas do Vale do Aço que, por meio do Cartão Aliança pela Vida, recebem auxílio financeiro do Governo de Minas para custear o tratamento dos usuários. Em todo o Estado, o Cartão contabiliza 1.937 atendimentos e investimentos da ordem de R$ 6 milhões.

“O programa Aliança pela Vida, implementado pelo Governo de Minas, é de grande alcance social porque permite que pessoas carentes tenham acesso ao tratamento”, afirma José Pedro da Silva, gerente da Clínica de Recuperação de Toxicômanos e Alcóolatras (Clirec), no município de Timóteo. A instituição é uma das comunidades terapêuticas credenciadas pelo Cartão Aliança e atende, atualmente, 13 beneficiários em regime de internato. Lá eles contam com ajuda psicológica, assistência social e espiritual. A laborterapia também faz parte do tratamento e inclui oficinas que ensinam culinária, cuidar de hortas e cursos profissionalizantes. Outra etapa é a reinserção social para estreitar o convívio do dependente com a família.

Clínica de Recuperação de Toxicômanos e Alcóolatras (Clirec), no município de Timóteo

Marcelo Vieira Campos, de 27 anos, é um dos beneficiados pelo Cartão Aliança. Ele iniciou o tratamento há dois meses na Clirec e já fala com a determinação de quem deseja se ver livre da dependência do crack. “Isso me afastou da família, me fez perder a estabilidade financeira e até o caráter. Agora pretendo levar o tratamento até o final”, garante. Para Marcelo, o Cartão Aliança oferece a oportunidade de refazer a vida e ele aconselha outros dependentes para que “não tenham medo de pedir ajuda e de aproveitar essa chance”.

Rivadavia Cruz do Nascimento, de 41 anos, foi o primeiro interno da Associação Beneficente Águas Novas, em Ipatinga, a receber assistência por meio do Cartão Aliança. O credenciamento da associação foi em outubro de 2013 e Rivadavia começou o tratamento para se livrar do álcool em janeiro deste ano. “Eu precisava dessa ajuda e pretendo levar a sério o tratamento para que eu tenha minha vida de volta”, diz Rivadavia, que é pai de dois filhos.

Ação depende da adesão dos municípios

O Cartão Aliança pela Vida é uma ferramenta do programa Aliança pela Vida, criado em 2011 pelo Governo de Minas e coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A ação é desenvolvida a partir da adesão de prefeituras e credenciamento de comunidades terapêuticas.

O serviço de saúde é a porta de entrada para que o usuário solicite tratamento. Ele passa por uma avaliação e, caso seja confirmada a necessidade de apoio terapêutico, recebe o encaminhamento e o benefício financeiro do Cartão Aliança, que vai diretamente para a casa em que for realizado o tratamento. No local o residente recebe apoio médico, psicológico, educacional e comportamental. O valor do incentivo financeiro do Cartão Aliança é de R$ 45 por dia de internação.

Na jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano aderiram ao Cartão Aliança os seguintes municípios: Açucena, Antônio Dias, Belo Oriente, Bom Jesus do Galho, Caratinga, Dionísio, Inhapim, Joanésia, Santana do Paraíso, São Sebastião do Anta, Timóteo e Coronel Fabriciano.

Território Aliança

Além do Cartão, outra ferramenta do programa Aliança pela Vida, voltada para usuários de álcool e outras drogas, é o Território Aliança, em que equipes interdisciplinares realizam a abordagem de rua ao usuário. Em todo o Estado já foram realizados 11.429 atendimentos, por meio de dezoito instituições credenciadas.

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