Direitos Humanos pede fechamento de bar em Padre Paraíso

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O estabelecimento é alvo de inúmeras denúncias de prostituição infanto-juvenil e tráfico de drogas

(O Cabanas Bar funciona de forma precária e só abre nos finais de semana – Foto: Gazeta de Araçuaí)

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República quer que autoridades de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha, fechem o bar Cabanas, localizado no bairro Bom Jesus. O estabelecimento, que não possui alvará de funcionamento da prefeitura, é alvo de inúmeras denúncias, dando conta que o local é utilizado para o tráfico de drogas e prostituição infanto-juvenil.

Na noite de sábado (26) bandidos trocaram tiros em frente ao bar. Não houve feridos. Os envolvidos ainda não foram identificados. Há suspeitas que o crime esteja ligado ao tráfico de drogas.

De acordo com o Conselho Tutelar da cidade, a Secretaria de Direitos Humanos encaminhou à entidade documento relatando que crianças e adolescentes freqüentam o local em situação de exploração sexual e aliciamento para drogas.

As denúncias estão sendo feitas desde o final do ano passado mas até o momento nenhuma providência foi efetivada e o bar continua funcionando normalmente nos finais de semana.

Segundo os moradores do bairro Bom Jesus, o local é um verdadeiro “inferninho”.

Denúncias

Conselheiros Tutelares revelaram que foi enviado ofício ao Ministério Público em Araçuaí pedindo providências e que o promotor Leonardo Morroni Araújo de Mello solicitou investigações sobre o caso à delegada da cidade, Fabrícia Noronha. A delegada está em férias e não foi localizada pela reportagem.

Em fevereiro deste ano, a Polícia Militar deu batida no bar e quatro meninas, com idades entre 12 e 14 anos foram encontradas dentro do estabelecimento. Elas foram levadas para a casa dos pais e o proprietário do bar recebeu apenas advertências.

A Comissão Operativa Local, uma entidade não governamental que atua na cidade, pediu através de ofício, providências à prefeitura municipal, que por sua vez, repassou o caso à Polícia Militar. No documento, a entidade relata casos de prostituição infantil e tráfico de drogas no local.

Em setembro do ano passado, a Polícia Militar encaminhou ofício ao Comandante do Corpo de Bombeiros de Teófilo Otoni, solicitando um laudo de vistoria do bar. A vistoria não foi realizada.

O bar funciona também como boate nos finais de semana. A estrutura é precária. Para proteger o lugar, foi colocada uma cerca de tábuas, coberta por lonas plásticas pretas em toda sua extensão.

O estabelecimento, localizado na rua Teodoro Resende, conhecida como rua da Serraria, fica em frente ao ginásio poliesportivo da cidade e a cerca de 100 metros da Unidade Escolar de Educação Infantil, obra do governo federal que está em fase final de construção.

Dentro do bar, uma mesa de sinuca e uma máquina de música ocupam o pequeno espaço.

Segundo a Polícia Militar, nos finais de semana o bar chega a receber em torno de 100 a 150 pessoas. “ Não existem extintores de incêndio nem saída de emergência”, relatam os militares.

O secretário de Finanças do município, Maurício Neves Gusmão, informou que o proprietário do bar solicitou à prefeitura o alvará de funcionamento. “Diante destas denúncias, não vamos conceder o documento”, afirma o secretário.

O procurador jurídico do município, Fabrício Neiva, garantiu que a administração vai pedir ajuda do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar para interditar o local.

O proprietário do estabelecimento, Braulínio Coelho da Silva, não foi localizado pela reportagem para comentar as denúncias.

Na tarde de terça-feira (29) apenas um cavalo descansava tranquilo no interior do bar que estava fechado.

(Fonte: Gazeta de Araçuaí)

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