Família de José Alencar vai recorrer para não dividir herança

0

Pobre, morando em casa alugada e perto de completar 60 anos, a professora aposentada Rosemary de Morais Neves obteve na Justiça mineira a confirmação de que é filha legítima do ex-presidente

Pobre, morando em casa alugada e perto de completar 60 anos, a professora aposentada Rosemary de Morais Neves obteve na Justiça mineira a confirmação de que é filha legítima do ex-presidente José Alencar, morto em 2011 após travar longa luta contra um câncer, negando até o fim a se submeter a teste de DNA. Rosermary está perto de repartir com seus três irmãos uma fortuna avaliada em bilhões de dólares – somente a Coteminas, empresa fundada por Alencar, fatura cerca de R$ 2,4 bilhões por ano. Mas a família prossegue irredutível e afirma que levará o processo à última instância.

A decisão da 4ª Câmara Cível do TJMG, de 27 de fevereiro, confirma a decisão confirma determinação de primeira instância, de 2010, proferida pela Comarca de Caratinga (MG), atestando a paternidade de Rosemary. Por correr em segredo de Justiça, ela não é comentada pelo tribunal mineiro. Para a defesa de Rossemary o maior trunfo é o fato de Alencar ter se negado a fazer o exame de DNA, o que permite à Justiça presumir a paternidade com base provas como depoimentos de testemunhas.

Procurado pela reportagem de O Tempo para comentar o caso, o filho de José Alencar, Josué Gomes, candidato ao Senado nas próximas eleições com o apoio da presidente Dilma, não quis se pronunciar. O advogado da família do ex-vice-presidente, José Diogo Bastos Neto, por sua vez, afirma que tais depoimentos apresentados por Rosemary nada valem. “É uma ação em quatro folhas de papel, sem indícios de provas”, disse, pontuando que “a recusa do vice-presidente em fazer o teste de DNA, quando vivo, era justificada”. “Em processo judicial, quem alega tem que provar. É um princípio básico. Senão vira aventura”, disse.

Bastos Neto disse ainda que aguarda a publicação da decisão para recorrer imediatamente ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Foi uma decisão equivocada em mais uma etapa judicial”, disse, se valendo da máxima do futebol que reza que “o jogo só acaba quando termina”. Para Rosemary, que até então preferiu não se pronunciar, a coisa agora muda de figura. “Agora será tudo diferente. Queria mostrar a verdade, mas a família não está agindo com integridade”, disse.

(O Tempo)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui