Famílias insistem em não sair de imóveis do Minha Casa Minha Vida em Montes Claros

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Funcionários da Caixa Econômica Federal estiveram novamente no conjunto habitacional Recanto das Águas, em Montes Claros (MG), nesta sexta-feira (7), para conversarem com as famílias que ocuparam irregularmente as casas destinados ao “Minha Casa Minha Vida”. A intenção era fazer uma segunda tentativa para que as moradias fossem desocupadas pacificamente.


Policiais e funcionário da Caixa com os ocupantes (Foto: Michelly Oda)

Na quarta-feira (5), oficias de Justiça estiveram no local notificando os moradores e deram prazo de 48h para que as casas fossem desocupadas.

Antes dos funcionários da Caixa chegaram ao condomìmio, a Polícia Militar esteve no local para garantir que o diálogo entre o banco e os ocupantes ocorresse sem problemas. No momento em que a PM estava no conjunto, algumas pessoas colocaram fogo em uma barreira feita de pneus, que estava sendo utilizada para interromper a passagem de veículos.

“O nosso objetivo é garantir a integridade física de todos os envolvidos. Hoje foi dada uma nova oportunidade para quem quisesse sair do local, um caminhão foi disponibilizado para transportar os pertences dos ocupantes”, diz o tenente Fredson da Silva.

Rita das Neves, ocupou uma das casas com os três filhos. Ela diz que está desempregada e não tem condições de pagar aluguel. “Antes eu pagava aluguel de R$ 250, mas tive que sair do local onde morava e estou devendo dois meses para a proprietária. Sei que não é certo ficar aqui, mas não tenho outra alternativa”, fala a mulher que está inscrita no Minha Casa Minha Vida há três meses e vive da renda do Bolsa Família.

Enquanto os ocupantes dizem que não têm para onde ir, quem foi beneficiado por uma casa no conjunto habitacional espera por uma solução. Erika Pereira, mãe de duas crianças, diz que está inscrita no Minha Casa Minha Vida há cinco anos, no dia 28 de janeiro ela esteve na Caixa para assinar os papeis referentes ao imóvel e em seguida foi até o Recanto das Águas, mas ao chegar no local a casa dela estava ocupada.

“Fiquei com uma grande expectativa para mudar para minha casa nova, estava esperando há muito tempo, com muita ansiedade, e quando cheguei já tinha outras pessoas no espaço que é meu. Até a fechadura foi trocada, minhas chaves que recebi da Caixa não abrem a porta”, fala.

Erika era beneficiada pelo município com o aluguel de uma casa, mas após ser contemplada pelo Governo Federal com a nova moradia, o auxílio foi cortado. “Estou morando de favor, não tenho como pagar, enquanto isso, espero que a situação seja resolvida.”

Até o momento em que a reportagem estava no Recanto das Águas, apenas Patrick de Souza, se dispôs a sair voluntariamente do imóvel ocupado. “Não quero medir forças com juiz e polícia, estou esperando há mais de um ano por uma casa, mas não vou ficar, vou sair e procurar um lugar para ficar”.

O padeiro conta que resolveu ocupar o imóvel porque estava sem condições de arcar com os R$ 300 de aluguel da casa onde morava, já que ganha um salário mínimo como padeiro e tem que arcar com o tratamento de saúde da filha, de R$ 350 por mês.

“Vou sair e esperar pela minha vez. Não tenho outra saída”, diz.

(Fonte: Inter TV Grande Minas/G1)

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