SUS passa a oferecer vacina para gestantes contra vírus respiratório

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O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibilizará uma nova vacina para gestantes, capaz de proteger os bebês contra o vírus sincicial respiratório (VSR). A incorporação do imunizante Abrysvo foi aprovada nesta quinta-feira (13) pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).

O Programa Nacional de Imunizações, vinculado ao Ministério da Saúde, será responsável pelo planejamento da estratégia de vacinação e definição do calendário de aplicação.

O impacto do vírus sincicial respiratório

O VSR é a principal causa da bronquiolite, uma inflamação dos bronquíolos – pequenas ramificações que conduzem o oxigênio aos alvéolos pulmonares. A infecção pode se manifestar de forma grave, especialmente em crianças de até dois anos e em idosos, levando a dificuldades respiratórias e, em alguns casos, ao óbito.

Segundo o último boletim Infogripe, da Fiocruz, em 2024 foram registrados 370 casos confirmados de Síndrome Respiratória Aguda Grave associados ao VSR, resultando em oito mortes. A transmissão do vírus se intensifica no inverno, quando há um aumento expressivo de casos e óbitos, principalmente entre bebês.

Eficácia e segurança do imunizante

Estudos clínicos realizados pela fabricante Pfizer, com cerca de 7 mil gestantes, demonstraram que a vacina possui 82,4% de eficácia na prevenção de casos graves em bebês de até três meses e 70% em crianças com até seis meses. A imunização materna permite que a gestante produza anticorpos, que são transferidos ao feto, garantindo proteção desde o nascimento.

A Abrysvo foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado e já está disponível na rede particular de saúde. A indicação da Pfizer é de uma dose por gestação, a ser administrada entre as 24 e 36 semanas de gravidez. Embora também possa ser aplicada em idosos, essa população não foi incluída na decisão da Conitec.

Especialistas destacam benefícios da vacina

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, enfatiza os impactos positivos que a nova vacina trará para a saúde infantil:

“Vai diminuir a necessidade de consultas em emergência, de internação, de UTI, de intubação e também o número de mortes. Há também um impacto de longo prazo. Após a primeira infecção pelo VSR, a criança pode ter chiados recorrentes, desencadeados principalmente por infecções virais. Algumas desenvolvem asma e outras apresentam episódios frequentes de broncoespasmo devido às alterações que o vírus causa na árvore brônquica.”

Novo medicamento para bebês prematuros

Além da vacina Abrysvo, a Conitec aprovou a incorporação do anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para bebês prematuros. Diferente das vacinas, esse medicamento não estimula a produção de anticorpos pelo organismo, mas fornece uma proteção pronta contra o VSR, sendo recomendado para recém-nascidos com sistema imunológico mais vulnerável.

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