A mastite, inflamação das glândulas mamárias dos bovinos, representa um dos principais desafios para os produtores de leite, especialmente durante o período chuvoso. A doença compromete a saúde dos animais e a qualidade do leite, gerando prejuízos econômicos ao setor.
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De acordo com o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Daniel Sobreira Rodrigues, a umidade excessiva cria um ambiente favorável à proliferação de bactérias, aumentando os riscos de infecção. “Durante o período chuvoso, os bovinos ficam mais vulneráveis, por estarem mais tempo em contato com lama e fezes. O excesso de umidade é propício para a proliferação de bactérias que entram pelos tetos da vaca e provocam o processo infeccioso”, explica.
Prevenção e controle
Para reduzir os riscos de contaminação, especialistas recomendam boas práticas de manejo e higiene. Entre as medidas essenciais estão a manutenção das instalações limpas e ventiladas, além da higienização adequada dos equipamentos de ordenha.
A graduanda do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Sete Lagoas (Unifemm), Gabrielle Gonçalves, destaca a importância do cuidado com os animais. “Manter as instalações secas e ventiladas ajuda a minimizar o estresse e a proliferação de patógenos e pragas”, afirma.
Além disso, o pesquisador ressalta a necessidade de procedimentos como a imersão dos tetos em solução antisséptica antes e após a ordenha. “A imersão dos tetos em solução antisséptica antes (pré-dipping) e após a ordenha (pós-dipping) é essencial para evitar infecções”, aponta Rodrigues.
Tipos e identificação da doença
A mastite pode ser classificada em clínica e subclínica. A variante clínica apresenta sinais visíveis, como inchaço no úbere, endurecimento dos tetos e alterações no leite, incluindo grumos, pus ou sangue. Já a subclínica não possui sintomas aparentes, mas afeta a qualidade e a produção do leite, exigindo maior atenção na identificação.
O diagnóstico da mastite clínica pode ser realizado com o descartes dos primeiros jatos de leite em uma caneca de fundo preto telado, técnica que permite observar a presença de grumos e outras alterações.
A partir da identificação da doença, os produtores podem adotar estratégias para reduzir a propagação, como a linha de ordenha, que estabelece uma sequência para evitar a contaminação entre os animais. O protocolo indicado prevê a seguinte ordem:
- Vacas saudáveis (primíparas)
- Animais sem histórico da doença (multíparas)
- Vacas recuperadas da mastite
- Bovinos com mastite subclínica
- Por último, vacas com mastite clínica
Com a adoção dessas medidas, é possível minimizar os impactos da doença e garantir a qualidade do leite, fundamental para a competitividade do setor.