O Arquivo Público Mineiro (APM) lançou, nessa sexta-feira (17/1/2025), o catálogo Fontes para a História do Vale do Jequitinhonha – Volume 1 (confira aqui), um documento online que visa reforçar os vínculos entre o legado histórico e o desenvolvimento da região. O projeto busca preservar e celebrar a memória local, além de valorizar a identidade da população do Vale do Jequitinhonha.
A publicação reúne referências de documentos de 14 cidades da região, que podem ser acessadas no site do APM. A pesquisa que originou o catálogo envolveu um trabalho detalhado nos fundos e coleções do APM, abrangendo registros de diferentes órgãos e instituições. Entre os municípios contemplados estão Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Rubelita, Salinas, Teófilo Otoni, Turmalina e Virgem da Lapa. O catálogo inclui informações sobre a toponímia, ou seja, os nomes de lugares dessas cidades.
A iniciativa faz parte do projeto Vale do Lítio, lançado pelo Governo de Minas em 2023, com o objetivo de promover o desenvolvimento das cidades do Norte e Nordeste do estado, em torno da cadeia produtiva do lítio. O projeto visa gerar mais empregos e renda para a população local, além de valorizar o patrimônio histórico e cultural da região.
O Fontes para a História do Vale do Jequitinhonha – Volume 1 é uma importante ferramenta para pesquisadores, educadores e estudantes, além de ser um instrumento de valorização do legado cultural e histórico de uma das regiões mais emblemáticas do estado. A pesquisa, que começou em agosto de 2024, reúne documentos que datam dos séculos XVIII ao XX.
“Gestos de Salvaguarda”
O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, ressaltou que a publicação vai além de um simples levantamento de documentos. Para ele, o catálogo é um “gesto de salvaguarda da essência do Jequitinhonha”, destacando a importância de respeitar o passado e as tradições locais para projetar um futuro sustentável. “O catálogo é um testemunho vivo das trajetórias de povos que construíram seus lares ao longo das margens do Rio Jequitinhonha e escreveram, com suas vidas, uma narrativa de pertencimento e identidade”, afirmou Oliveira.
O diretor do APM, Bruno Balista, também destacou o valor da publicação. Para ele, o catálogo é uma forma de reconhecer e valorizar o legado das comunidades do Vale do Jequitinhonha. “É um presente de agradecimento aos mineiros do Vale do Jequitinhonha por tudo o que já fizeram por nosso estado”, afirmou Balista, lembrando que a publicação também tem o objetivo de consolidar políticas públicas para a região, garantindo a preservação de sua memória e história.
Desafios e Curiosidades
O coordenador de Acesso à Informação e Pesquisa do APM, Ygor Souza, compartilhou alguns detalhes sobre o processo de elaboração do catálogo. “Como o Vale do Jequitinhonha é muito extenso, precisávamos limitar o recorte geográfico às 14 cidades, mas deixamos margem para a possibilidade de próximos volumes abrange mais municípios”, explicou Souza. Ele também mencionou a pesquisa histórica sobre os nomes antigos dos municípios, devido às mudanças administrativas ao longo do tempo.
A pesquisa foi facilitada pela implementação do novo sistema de pesquisa do APM, o software AtoM (Acess to Memory), que organiza as informações arquivísticas de maneira mais eficiente. O catálogo apresenta capítulos dedicados a cada uma das 14 cidades, incluindo imagens atuais, dados demográficos e históricos, além de verbetes no Dicionário Histórico e Geográfico de Minas Gerais, de Waldemar de Almeida Barbosa.
O projeto Fontes para a História do Vale do Jequitinhonha – Volume 1 também se alinha a outras iniciativas do APM, como o Caraça em documentos: catálogo de fontes do Arquivo Público Mineiro, lançado em 2023. Segundo Ygor Souza, o catálogo tem grande potencial de conexão com a população do Jequitinhonha, promovendo um maior reconhecimento e valorização da história e cultura local.