Uma nova equipe do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), especializada em busca e salvamento vai desenvolver, até a próxima quinta-feira (3/3/2022), o trabalho de ajuda nas ações de resposta ao desastre provocado pelas chuvas em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. Os 14 militares começaram as atividades na área denominada subárea Alpha 3, no Morro da Oficina, nesta sexta-feira (25/2), em apoio aos Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro.
“Nosso principal objetivo, além de dar continuidade aos trabalhos iniciados pelo coronel Ferreira e equipe, é trabalhar nesta área, em que temos a possibilidade de encontrar duas vítimas. Para tanto, estamos trabalhando principalmente com desmanche hidráulico e limpeza do terreno”, explica o chefe da delegação, o comandante do Comando Operacional de Bombeiros de Juiz de Fora, coronel Eduardo Gomes Ângelo da Silva.
Além do coronel Ângelo, há um capitão (que trabalha com o coordenador no planejamento), dois tenentes e mais dez militares em campo. Sete são do Batalhão Ambiental e de Resposta a Desastres, sediado em BH, e três do pelotão de Emergências Ambientais do Terceiro Comando Operacional, de JF.
O coronel revela que, nesta semana de buscas, os militares de Minas não contarão com a ajuda dos cães bombeiros Bono e Chronos. “Os cães voltaram com a primeira equipe e, se necessário, retornarão com a próxima equipe”, detalha.
Estratégia
A equipe do coronel Ângelo dará continuidade ao trabalho desenvolvido pelos militares mineiros que encerraram a missão na quinta-feira (24/2), em operação de revezamento.
Apesar do tempo desde a ocorrência do desastre, o grupo ainda encontra terreno bastante instável, com possibilidade iminente de novos desabamentos. “É um local de alto risco e a nossa maior dificuldade é manter a segurança da equipe e de civis que estão próximos. Sem dúvida, encontramos uma situação bem complexa, mas nossas equipes estão preparadas para esse tipo de missão. Então, temos trabalhado com certo conforto, apesar do risco”, frisa.
Ele destaca ainda que só por meio de treinamento é possível superar as dificuldades desse tipo de missão. “É preciso fazer os escoramentos devidos, identificar áreas de possível réplica e novos desabamentos. Mas, a área em que estamos trabalhando já está bem sinalizada, com alguma segurança”.
Contribuição
Além do objetivo da missão, que é recuperar desaparecidos e, assim, dar resposta às famílias que ainda buscam parentes, o militar descreve a contribuição que as equipes de Minas Gerais vêm dando à população de Petrópolis após a tragédia, que soma 210 mortos e 51 desaparecidos (até 25/2).
“Uma é trazer o know-how das equipes mineiras, acostumadas a desastres em regiões semelhantes a essa, tanto na RMBH, quanto em outras áreas do estado. E também as ferramentas que temos em Minas, e as equipes aqui não possuem”, destaca.
Já o segundo ponto, continua o coronel, é “demonstrar, para a comunidade que aqui vive, que eles não estão sozinhos e podem contar, não só com o Corpo de Bombeiros do RJ, mas com o Corpo de Bombeiros de Minas e do Brasil inteiro. Tenho a sensação de que a comunidade que nos apoia aqui quer é que os bombeiros trabalhem com afinco e empatia, que possam entender a dor dessas famílias, e dar o seu melhor para conseguir a recuperação dessas pessoas”.
Por fim, o coronel diz que espera retornar para Minas com a sensação de dever cumprido. “Para a semana de trabalho, esperamos encontrar as duas vítimas que buscamos na área em que estamos empenhados e dar o apoio necessário à equipe do Corpo de Bombeiros do RJ, que tem trabalhado com muito afinco na recuperação dessas pessoas que ainda estão desaparecidas”, conclui.
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