Jogadores de futebol do Brasil, que defendem clubes da Ucrânia, pediram ajuda para sair do país. Em vídeo publicado nas redes sociais, o grupo de cerca de 20 pessoas, entre jogadores, suas esposas e filhos, diz que quer ter informações e conseguir deixar a nação do leste europeu.
Um dos jogadores afirma que eles – a maioria do clube Shakhtar Donetsk – deixaram suas casas e foram para um hotel, mas que está havendo falta de combustíveis e, com o espaço aéreo e as fronteiras fechadas, não estão conseguindo sair.
“Aqui estamos todos reunidos com as nossas famílias, hospedados em um hotel”, disse. “Espero que a embaixada possa nos ajudar.”
A esposa de um deles disse que todos saíram de casa apenas com algumas peças de roupa e estão sem informações, a não ser o que é passado pelos parentes no Brasil.
“Nos sentimos realmente abandonados, porque não sabemos o que fazer. Não sabemos como resolver essa situação”.
Brasileiro naturalizado ucraniano, Junior Moraes, que joga no Shakhtar Donetsk e também pela seleção ucraniana, também postou pedido de ajuda nas redes sociais.
“Amigos e familiares, a situação é grave e estamos presos em Kiev, esperando uma solução para sair. Estamos dentro de um hotel. Orem por nós”, escreveu.
Forças russas invadiram a Ucrânia por vários pontos da fronteira na madrugada desta quinta-feira (24/2/2022), depois de o presidente russo, Vladimir Putin, anunciar que havia autorizado a operação militar.
A tensão vinha crescendo há semanas na região, com os países ocidentais alertando para risco iminente de invasão, enquanto Putin negava.
Durante a madrugada foram ouvidas explosões, inclusive em Kiev, enquanto a população tenta sair da capital ucraniana.
Atletas brasileiros em clubes da primeira e segunda divisão da Ucrânia
- Shakhtar Donetsk: Marlon (zagueiro), Vitão (zagueiro), Ismaily (lateral esquerdo), Dodô (lateral direito), Vinicius Tobias (lateral direito), Marcos Antônio (meia central), Maycon (meia central), Alan Patrick (meia central), David Neres (ponta direita), Tetê (ponta direita), Pedrinho (ponta direita), Fernando (centroavante) e Júnior Moraes (centroavante – naturalizado ucraniano).
- Dínamo Kiev: Vitinho (ponta esquerda).
- SK Dnipro-1: Busanello (lateral esquerdo), Felipe Pires (ponta esquerda) e Bill (ponta esquerda).
- Zorya Lugansk: Juninho (lateral esquerdo) e Cristian (ponta direita).
- FC Vorskla Poltava: Rangel (centroavante).
- Kolos Kovalivka: Diego Santos Carioca (ponta esquerda) e Renan Oliveira (centroavante).
- Chornomorets Odesa: Wanderson (volante).
- Metalist 1925 Kharkiv: Fabinho (meia central), Marlyson (centroavante) e Derek (centroavante).
- PFK Lviv: Welves (ponta direita).
- Rukh Lviv: Edson (volante) e Talles (meia ofensivo).
- Ingulets Petrove: William (zagueiro).
- Metalist Kharkiv: Maílton (lateral direito), Paulinho Bóia (ponta esquerda), David (ponta esquerda) e Matheus Peixoto (centroavante).
- Kryvbas Kryvyi Rig: Vagner Gonçalves (ponta direita – naturalizado francês).
- Girnyk-Sport Gorishni Plavni: Kleber (ponta direita) e Bruno Ernandes (centroavante).
- VPK-Agro: Vicente (lateral direito) e Daniel Jesus (volante).
- FK Uzhgorod: Jonatan Lima (volante).
Atletas brasileiros em clubes da primeira e segunda divisão da Rússia
- Zenit São Petersburgo: Douglas Santos (lateral esquerdo), Wendel (meia central), Claudinho (meia ofensivo), Malcom (ponta direita) e Yuri Alberto (centroavante).
- Spartak Moskovo: Ayrton Lucas (lateral esquerdo).
- FK Krasnodar: Kaio (zagueiro) e Wanderson (ponta direita – naturalizado belga).
- CSKA Moscovo: Bruno Fuchs (zagueiro) e Mário Fernandes (lateral direito – naturalizado russo).
- Lokomotiv Moscovo: Guilherme (goleiro – naturalizado russo) e Pablo (zagueiro).
- FK Sochi: Rodrigão (zagueiro) e Joãozinho (ponta esquerda – naturalizado russo).
- FK Khimki: Bruno Viana (zagueiro).
- Krylya Sovetov Samara: Fernando Costanza (lateral direito – naturalizado italiano).
Exército russo confirma início de bombardeios na Ucrânia
O Exército russo confirmou hoje (24/2/2022) o início dos bombardeios no território da Ucrânia, mas garantiu que os ataques têm apenas como alvo bases aéreas ucranianas e outras áreas militares, não zonas povoadas. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Rússia lançou operação em larga escala. O ataque teria sido feito pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. O Exército ucraniano diz ter abatido cinco aviões russos e um helicóptero, segundo as agências Reuters e AFP.
Em comunicado citado pela agência de notícias estatal russa Tass, o Ministério russo da Defesa disse que está usando “armas de alta precisão” para inutilizar a “infraestrutura militar, instalações de defesa aérea, aeródromos militares e aviação das Forças Armadas da Ucrânia”.
“A Rússia lançou ataques contra nossa infraestrutura militar e postos fronteiriços”, disse hoje o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em vídeo divulgado na rede social Telegram.
Zelensky impôs a lei marcial em todo o território. Pediu aos ucranianos que evitem “pânico” e confiem na capacidade do Exército para defender o país.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kouleba, acusou a Rússia de ter iniciado “invasão em larga escala”.
“Cidades pacíficas da Ucrânia estão sendo atacadas. Esta é uma guerra de agressão. A Ucrânia vai se defender e vencer. O mundo pode e deve parar Putin. É hora de agir agora”, escreveu Kouleba na rede social Twitter.
Explosões
Foram registadas nesta quinta-feira fortes explosões em pelo menos cinco cidades da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, horas depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado o início de operação militar no país.
Pelo menos duas explosões foram ouvidas, de madrugada (horário local), no centro de Kiev, tendo sido seguidas pelas sirenes de ambulâncias, segundo jornalistas.
Fontes em Mariupol, no Leste da Ucrânia, disseram à AFP que a cidade portuária foi atingida por bombardeios de artilharia.
Com meio milhão de habitantes, Mariupol é a maior cidade na fronteira com as autoproclamadas repúblicas separatistas pró-russas de Donetsk e Luhansk.
Mais perto da fronteira, na cidade de Kramatorsk, quartel-general do Exército ucraniano, pelo menos quatro explosões foram ouvidas.
Também a cidade de Kharkiv, no Leste da Ucrânia, e o Porto de Odessa, no Mar Negro, Sul do país, registraram explosões.
A Ucrânia anunciou o fechamento do espaço aéreo para a aviação civil.
Em comunicado, o ministério ucraniano das Infraestruturas justificou a decisão alegando “elevado risco para a segurança” do setor.
Segundo agências noticiosas russas, foram cancelados todos os voos com destino ou partida dos aeroportos de Rostov-sur-le-Don, Krasnodar, Sotchi e Anapa, todos situados no Sul da Rússia, próximo à fronteira com a Ucrânia ou ao Mar Negro.
O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a operação militar, afirmando que se destina a proteger civis de etnia russa em Donetsk e Luhansk, cuja independência ele reconheceu na segunda-feira (21).
Nota da Embaixada aos cidadãos brasileiros na Ucrânia
A Embaixada do Brasil em Kiev recomenda que brasileiros que estejam em condições de deslocar-se por meios próprios para outros países ao oeste da Ucrânia que o façam tão logo possível, após informarem-se sobre a situação de segurança local.
Aos brasileiros em Kiev:
- a recomendação das autoridades ucranianas, no momento, é de não tentar sair da capital, tendo em conta grandes engarrafamentos nas saídas da cidade. Solicita-se aguardar novas instruções da embaixada.
Aos brasileiros nas regiões na margem esquerda do rio Dnipro (leste do país):
- os que não puderem seguir viagem para oeste por meios próprios ou de modo seguro devem deslocar-se para Kiev e contatar a embaixada assim que possível pelo plantão consular +380 50 384 5484.
Viagens à Ucrânia neste momento são fortemente desaconselhadas.
Solicita-se que o número de plantão seja utilizado apenas em caso de necessidade extrema. Orientações à comunidade continuarão a ser transmitidas pelo Telegram e Facebook da Embaixada em Kiev.
Reitera-se a importância do registro junto à embaixada por meio do link: https://forms.gle/GjfKD3Mrbs1y9rAG7.
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