A meta para 2014 inclui recuperação e preservação de áreas localizadas em 18 cidades do Norte de Minas e em outras cinco de demais regiões do Estado
Em 2013, o projeto de recuperação das áreas atuou em 12 sub-bacias de 12 municípios mineiros
Obras de revitalização de 24 sub-bacias hidrográficas do Rio São Francisco deverão beneficiar mais 23 municípios mineiros em 2014. A meta inclui a recuperação e preservação de áreas, localizadas em 18 municípios da região Norte do Estado e em outros cinco de demais regiões mineiras. O projeto, que prevê a construção de terraços, bacias de captação de água de enxurradas, recuperação de estradas vicinais e cercamento de nascentes e matas ciliares, será mais uma vez realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG), Ruralminas e Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
“Já foi feita a licitação para as obras, mas ainda falta a assinatura com a empreiteira responsável”, informa o gestor do programa na Emater-MG, o coordenador técnico Osmar Antunes Neto. Ele explica que, para cinco municípios, onde as obras já foram licitadas, estão previstas 225 nascentes protegidas, 121 quilômetros de cercas de matas ciliares, assim como a construção de 873 bacias de captação de água e 224 quilômetros de terraços. “Para outros 18 municípios onde ainda não sabemos em que mês serão iniciadas as atividades, serão 53 nascentes protegidas, 98 quilômetros de cercas de matas ciliares, 4.220 bacias de captação, 297 quilômetros de terraços e 66 quilômetros de adequação de estradas”, enumera.
O gestor Osmar completa que a iniciativa vai abranger, no Norte, os municípios de Bonito de Minas, Cônego Marinho, Miravânia, Chapada Gaúcha, São João da Ponte, Mirabela, Japonvar, Patis, Varzelândia, Guaraciama, Juramento, Monte Azul, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Riacho dos Machados, Verdelândia, Matias Cardoso e Jaíba. Em outras regiões mineiras, estão na rota de mais ações do mesmo projeto, os municípios de Papagaios, Florestal, Onça do Pitangui, Pará de Minas e Itaúna, segundo o coordenador.
Atualmente, conforme Antunes, o mesmo projeto está com obras de construção de terraços, bacias de captação e recuperação de estradas vicinais no município de Maravilhas, na regional Emater-MG de Sete Lagoas. Também está em andamento o cercamento de matas e nascentes em Curvelo, Lassance, Paraopeba, Pequi, Três Marias, Jaboticatubas, Maravilhas, Santana do Ricaho, Sete Lagoas, Esmeraldas e Pedro Leopoldo.
No total, o projeto de revitalização de sub-bacias do São Franscisco prevê a recuperação de 178 sub-bacias em 158 municípios. A meta geral é o cercamento de 1.123 nascentes, 1.028 quilômetros de matas ciliares e de topos de morros, além da construção de 53.784 bacias de captação de água de enxurradas e de 3.451 quilômetros de terraços, e da adequação de 471 quilômetros de estradas.
Em 2013, o projeto atuou em 12 sub-bacias de 12 municípios. Balanço do projeto no ano passado mostra que 17 nascentes foram protegidas, 30 quilômetros de matas ciliares cercadas, 1.836 bacias de captação e 225 quilômetros de terraços construídos. Trinta e seis quilômetros de estradas também foram adequadas no ano passado.
HISTÓRIA E PRÊMIOS
Batizado de Projeto de Revitalização de Sub-Bacias Hidrográficas Formadoras dos Afluentes Mineiros do Rio São Franscisco, a iniciativa começou em 2001 com um convênio entre a Emater-MG e a Agência Nacional de Água (Ana). Durante a parceria, que durou de 2001 a 2004, foram produzidos 200 projetos para 200 municípios, localizados na Bacia do São Francisco, onde tinham escritórios da Emater-MG.
O coordenador técnico estadual Ênio Resende conta que, nesta primeira etapa, o trabalho focou na caracterização dos ambientes (diagnóstico e projeto) e em ações de educação ambiental, capacitação de técnicos da empresa, além da mobilização das populações dessas sub-bacias. “Produzimos e utilizamos vídeos, folders, cartazes e banners. Treinamos cerca de 270 técnicos”, relembra.
Ainda conforme o coordenador técnico estadual, um dos ex-gestores do projeto, a partir de 2005, por meio de convênios com a Codevasf, ANA e Semad, foi negociada a implantação do projeto em 177 sub-bacias hidrográficas. Posteriormente mais uma sub-bacia foi acrescentada. “Em 2010, por meio de parcerias com a Seapa, Ruralminas e IEF, o projeto já estava implantado em 57 sub-bacias”, conta.
Segundo Ênio Rezende, as ações empreendidas nessas sub-bacias hidrográficas trabalhadas, além de envolverem os agricultores nos processo de gestão ambiental, visaram, sobretudo, aumentar a disponibilidade e melhorar a qualidade das águas superficiais.
AMPLIAÇÃO E RECONHECIMENTO
Nesses últimos três anos, o projeto avançou mais e já inclui 168 sub-bacias do São Francisco. O número compreende obras realizadas e algumas em andamento em diferentes cidades, por onde passam afluentes do Velho Chico.
Para o coordenador estadual Ênio Rezende, um dos idealizadores do projeto, esse é um trabalho emblemático porque está avançando, repercutindo em vários locais e servindo de modelo para outras instituições. Em dezembro de 2013, Rezende participou de mais uma cerimônia de premiação da Emater-MG pelas ações do projeto, no 12º Prêmio Furnas Ouro Azul.
Na edição de 2013 do Ouro Azul, a empresa mineira de extensão rural foi selecionada para a lista de 12 iniciativas, cujas propostas visam a recuperação e preservação de recursos hídricos. Mais uma vez, a Emater-MG recebeu o reconhecimento na categoria Empresa Pública. O mesmo projeto já conquistou, em 2004 e 2010, o primeiro lugar na citada categoria, sendo que, em 2010, foi considerado o trabalho realizado em 40 sub-bacias. O Furnas Ouro Azul é uma realização do Jornal Estado de Minas, com patrocínio da Eletrobras Furnas.
(Agência Minas)