A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou, durante coletiva de imprensa nessa quinta-feira (16/12/2021), informações sobre a conclusão do inquérito policial instaurado para apurar uma tentativa de homicídio envolvendo um bombeiro militar. O crime aconteceu no dia 27 de outubro, no bairro São José, em Montes Claros.
O suspeito, um sargento do Corpo de Bombeiro Militar, teria desferido nove tiros na vítima, um jovem, de 21 anos, no interior de um bar. O crime foi filmado por câmeras de segurança do estabelecimento comercial e por pessoas que estavam no local no momento dos fatos.
Para apurar o delito, foi instaurado um inquérito policial pela Delegacia Adjunta de Repressão a Crimes contra a Vida. Durante as diligências, os policiais civis verificaram que a vítima teria trocado mensagens íntimas com a filha do suspeito, cerca de quatro anos atrás. Na época, a menina tinha 10 anos, e a vítima, 17.
O jovem teria contado para amigos em comum com os familiares da menor sobre as fotos, episódio que chegou ao conhecimento dos pais dela, que decidiram não registrar ocorrência.
Dinâmica
Sobre a dinâmica no dia do crime, o delegado Bruno Rezende explicou que, durante a noite, o suspeito estava com a família em um bar e a filha dele avistou a vítima no local. O investigado decidiu conversar com o jovem e uma discussão foi iniciada entre eles. “A discussão ficou mais acirrada entre a esposa do suspeito e a vítima. Nesse momento, o bombeiro desferiu um soco no jovem, que se levantou da mesa e foi em direção ao banheiro”, explicou.
O investigado foi atrás da vítima e efetuou vários disparos. Foi realizado exame de corpo de delito, o qual apontou nove ferimentos por entrada de arma de fogo na vítima, inclusive na região lombar. O jovem foi socorrido em um hospital da cidade e permaneceu internado por várias semanas.
O bombeiro deixou o local com a família e não foi localizado. No dia seguinte, se apresentou na Delegacia de Homicídios, onde prestou declaração e entregou a arma utilizada por ele, uma pistola calibre 9mm. A esposa do suspeito e a filha dele também foram ouvidas na unidade.
Investigações
Resende informou que o investigado alegou que agiu em legítima defesa, estratégia que não se sustentou, em virtude dos depoimentos prestados e das imagens recolhidas do local. “Ele teve várias oportunidades para parar com as agressões e descarregou a arma em direção ao jovem, inclusive quando a vítima estava de costas”, afirmou o delegado.
No inquérito policial, foram formalizadas 19 oitivas, entre elas da vítima, com juntada de laudos e outros levantamentos. Resende esclarece que apresentou ao Poder Judiciário pedido para a decretação da prisão temporária e, depois, representou pela preventiva do suspeito, mas a Justiça deferiu medidas restritivas distintas da prisão.
Participou da coletiva o comandante do 4º COB do Bombeiro Militar, tenente-coronel Fernando Augusto Alves Ferreira. Ele informou que remanejou o bombeiro para exercer função interna. Esclareceu ainda que os fatos estão sendo apurados na seara administrativa da corporação e aguardam a sentença judicial sobre o caso.
A PCMG concluiu a investigação e indiciou o suspeito por homicídio triplamente qualificado na forma tentada. O inquérito policial foi remetido ao Poder Judiciário no início deste mês.
——————
Quer receber as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão? Siga-nos no Facebook @aconteceunovale, Twitter @noticiadosvales e Instagram @aconteceunovale.