“Ele sai daqui com sabor de amor, carinho e vontade de produzir qualidade”. Assim a produtora Elvia Nakamura descreve o café da Fazenda Nakamura, atendida pelo Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Café+Forte, que fez a primeira venda para o exterior com o auxílio do Instituto Café Chapada de Minas (ICCM) e Sebrae.
Os grãos especiais saíram do município de José Gonçalves de Minas, na região da Chapada de Minas, no Vale do Jequitinhonha, com destino à Austrália. A expectativa é que seja o primeiro de muitos pedidos.
Ao contar sobre o feito, o produtor Cláudio Nakamura, marido de Elvia, relembra a sua chegada na fazenda, a superação e o histórico de sucessão familiar. “A minha família já trabalhava na atividade no estado do Paraná. Infelizmente, em 1975, durante a geada, perdemos grande parte da lavoura e nos separamos para buscar outras regiões do Brasil a fim de continuar o trabalho com o café. Em 1985 cheguei aqui e fiquei”.
Efeito do Programa de Assistência Técnica e Gerencial
Embora seja graduado em engenharia agronômica, o produtor entende que, com o auxílio do ATeG, consegue desenvolver mais setores da propriedade. “Além de sempre aprimorarmos a atividade agrícola em parceria com o técnico, a assistência otimizou o controle de despesas, diminuiu o custo de produção, trouxe agilidade no abastecimento de dados e oportunidade de mais capacitação”.
Cláudio Nakamura acompanhado do supervisor do ATeG Café+Forte, Sebastião Brinate, e do técnico de campo Luiz Felipe de Oliveira (Foto: Divulgação / Sistema FAEMG)
O técnico de campo Luiz Felipe de Oliveira falou sobre os resultados da disciplina do casal Nakamura. “A propriedade passou de 200 sacas no ano de 2020 para 300 sacas, em 2021. O produtor conseguiu maior preço médio de venda, boa produtividade média e sustentabilidade no empreendimento. Os números não mentem jamais”, confirmou.
Orgulhosa, a Presidente do ICCM – Instituto do Café da Chapada de Minas, Carmen Lydia Junqueira Puliti Meirelles, ressalta que, na região, mais de 120 propriedades contam com o atendimento do Programa ATeG Café+Forte. “O crescimento é nítido, assim como a segurança dos produtores em conduzir as lavouras. É mais economia, qualidade, gestão financeira e sustentabilidade. O Sistema FAEMG/SENAR/INAES é uma escola maravilhosa e o produtor não pode ficar sem ela”.
Para o gerente regional do Sistema FAEMG/SENAR/INAES em Araçuaí, Luiz Rodolfo Antunes Quaresma, o sucesso da propriedade também prova o potencial do Vale do Jequitinhonha. “A região da Chapada de Minas está no Vale e é composta por propriedades de grande potencial. A busca pelos especiais cresceu e o grupo está se preparando para atender a demanda com agilidade e qualidade”.
Colheita humanizada
A propriedade possui 249 hectares e 60 deles são destinados à cafeicultura. O casal conta que, na época em que chegou na região, percebeu que o local estava carente de empregos e, a partir de então, começou a dar prioridade à mão de obra humana. “Acreditamos que o sabor do café engloba também o relacionamento com as pessoas. Ele é uma planta viva e dá resposta aos sentimentos. Instruímos a todos para, na hora da colheita, tratá-lo com gratidão e alegria. Temos percebido que isso faz diferença e a fruta responde”.
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