A Campanha Nacional de Multivacinação, voltada a menores de 15 anos, iniciada na última sexta-feira (1/10/2021), conta com uma importante mudança. A partir da publicação da Nota Técnica nº 1203/2021 pelo Ministério da Saúde, as vacinas contra a covid-19 poderão ser administradas de maneira simultânea com as demais do calendário vacinal, ou sem necessidade de intervalo mínimo. Portanto, aqueles adolescentes com idades entre 12 e 15 anos que buscarem a unidade básica de saúde para se imunizar contra o coronavírus, poderão tomar os outros imunizantes, conforme a necessidade de atualização do cartão de vacina. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) vai seguir as novas recomendações previstas no informe técnico do órgão federal.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão, explica que a nova orientação contribui para garantia da atualização do calendário vacinal, com incentivo de ampliação de coberturas também para outras doenças. “Até então, poderia acontecer de um adolescente nessa faixa etária, de 12 a 15 anos, precisar se vacinar contra a meningite C ou HPV, por exemplo. Se recebesse o imunizante contra covid, deveria observar intervalo de aplicação, ou vice-versa. Agora é possível aplicar de forma simultânea ou sem esse intervalo mínimo. Como a pessoa poderia demorar a retornar à unidade de saúde, acabamos ganhando tempo e incentivando aumento da cobertura”, explica.
A coordenadora destaca que a alteração não abrange apenas os adolescentes público-alvo da campanha, mas é válida para todos aqueles que precisam atualizar seu cartão de vacina e podem procurar os postos de vacinação para se imunizar contra a covid-19. “Como regra geral e considerando algumas exceções, todas as vacinas recomendadas no calendário nacional de vacinação podem ser administradas no mesmo dia, o que se aplica, agora, à vacina da covid-19”.
A coordenadora reitera a segurança da aplicação, no mesmo momento, da vacina contra a covid e aquelas do calendário de rotina. “A orientação inicial de um intervalo de 14 dias entre a aplicação das vacinas se dava pela necessidade de um monitoramento mais aprofundado do perfil de segurança. Atualmente, há um volume de dados que permite essas avaliações, o que possibilita recomendar a administração dos imunizantes covid ao mesmo tempo das outras e conta com o respaldo da Câmara Técnica de Imunizações do Ministério da Saúde”, informa Josianne. Recentemente, países como Estados Unidos e Reino Unido optaram por atualizar suas orientações referentes a coadministração das vacinas covid-19 com as demais vacinas, para permitir esta prática.
Outro ponto destacado de forma positiva pela medida é o enfoque também nas outras doenças imunopreviníveis. “As pessoas têm procurado muito a vacina contra a covid, essa nova doença é um assunto muito debatido. Mas temos que ter um olhar também para outras doenças, que contam com vacinas disponíveis e que nós precisamos ampliar as coberturas junto à população”, diz a coordenadora da SES-MG.
Indicações
Ao realizar a administração simultânea de diferentes vacinas, o profissional de saúde deverá estar atento para as diferentes vias de administração de cada vacina (oral, intradérmica, subcutânea ou intramuscular) e estabelecer estratégias adequadas.
A nova recomendação se estende, ainda, a administração de imunoglobulinas e/ou anticorpos monoclonais, bem como soros heterólogos. A exceção fica por conta de pacientes que tiveram covid-19 e utilizaram, como parte de seu tratamento, anticorpos monoclonais específicos contra o SARS-CoV-2, plasma convalescente ou imunoglobulina específica contra o SARS-CoV-2. Para essas situações deve-se, preferencialmente, aguardar um intervalo de 90 dias para receber uma dose de vacina covid-19.
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