Rayssa Leal é a mais jovem medalhista olímpica da história do Brasil

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A maranhense Rayssa Leal, a Fadinha, de 13 anos, conquistou a prata na madrugada desta segunda-feira (26/7/2021) no skate street na Olimpíada de Tóquio (Japão), se tornando a medalhista mais jovem do país na história da participação brasileira nos Jogos. Natural de Imperatriz (MA), a atleta marcou 14,64 na somatória, e só foi superada pela dona da casa Nishiya Momiji (15,26), também de 13 anos. Outra japonesa, Funa Nakayama, de 16 anos, levou o bronze (14,49). As disputas ocorreram no Parque e Esportes Urbano de Ariake.

Fadinha encantou nas manobras e na descontração: sorridente ele chegou a dançar algumas vezes, sem se deixar abater pela pressão da decisão por medalha. Estratégia que lhe garantiu a prata, a segunda do Brasil no skate street – no sábado (25) Kelvin Hofler conquistou a primeira.

“Eu estou muito feliz, esse dia vai ser marcado na história. Eu tento ao máximo me divertir porque eu tenho certeza de se divertindo as coisas fluem, deixa acontecer naturalmente, se divertindo”, disse a skatista ao site do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Sensação nos Jogos de Tóquio, Fadinha chegou nos últimos dias a mais de dois milhões de seguidores nas redes sociais. Agora medalhista olímpica, ela acredita que poderá influenciar mais meninas a praticarem a modalidade. 

“Saber que muitas meninas já me mandaram mensagem no Instagram falando que começaram a andar de skate ou os pais deixaram andar de skate por causa de um vídeo meu, eu fico muito feliz porque foi a mesma coisa comigo. Minha história é a história de muitas outras skatistas que quebraram todo esse preconceito, toda essa barreira de que o skate era só para menino, para homem, e saber que estou aqui e posso segurar uma medalha olímpica, é muito importante para mim”, concluiu.

A marca anterior de medalhista olímpica mais jovem da história do Brasil era da velocista Rosângela Santos, que ganhou aos 17 anos o bronze em Beijing 2008 como parte do revezamento 4x100m do atletismo.

Ficaram pelo caminho

Outras duas brasileiras competiram na primeira fase, mas não se classificaram entre as oitos primeiras colocadas que avançaram à final. Pâmela Rosa, líder do ranking mundial no street, foi a primeira brasileira a se apresentar, na terceira bateria. A atleta ficou em décimo lugar, com total de 10,06 pontos. Momentos depois da disputa, Pâmela postou em rede social uma foto do tornozelo esquerdo, muito inchado e com hematomas. A atleta explicou que sofreu uma lesão na reta final da preparação e agradeceu o apoio da torcida brasileira.  

Já a experiente Letícia Bufoni, número 4 do ranking, se apresentou com Rayssa Leal na quarta e última bateria, mas também não conseguiu nota suficiente para ir à final: totalizou 10,91 pontos, ficando em nono lugar.

Classificação final do street feminino

1º – Momiji Nishiya (JAP)
2º – Rayssa Leal (BRA)
3º – Funa Nakayama (JAP)
4º – Alexis Sablone (EUA)
5º – Roos Zwetsloot (HOL)
6º – Wenhui Zeng (CHN)
7º – Margielyn Didal (PHI)
8º – Aori Nishimura (JAP)
9º – Leticia Bufoni (BRA)
10º – Pâmela Rosa (BRA)
11º – Lore Bruggeman (BEL)
12º – Keet Oldenbeuving (HOL)
13º – Mariah Duran (EUA)
14º – Asia Lanzi (ITA)
15º – Andrea Benitez (ESP)
16º – Hayley Wilson (AUS)
17º – Charlotte Hym (FRA)
18º – Julia Brueckler (AUT)
19º – Annie Guglia (CAN)
20º – Alana Smith (EUA)

Ápice da Fadinha

Em Tóquio, Rayssa vive o ápice de uma trajetória que começou aos oito anos, quando ela viralizou na internet com um vídeo vestida de fada fazendo tricks de skate. Na época, ela se inspirava em Leticia Bufoni. Apenas três anos depois, a maranhense já ocupava seu lugar na elite do skate mundial. Cinco anos depois, ela sobe ao pódio em Tóquio.

Com a entrada do skate no programa Olímpico, a popularidade de Rayssa aumentou bastante no Brasil. Agora, ela é muito mais do que uma sensação da internet. Ela é uma medalhista Olímpica, com vários Jogos Olímpicos pela frente.

“Estou bem feliz de ser a mais jovem do skate dos Jogos do Brasil e de poder representar muito bem com 13 anos, isso é muito importante para todos nós”, afirma Rayssa Leal.

Skate continua em Tóquio com brasileiros no park

O skate em Tóquio 2020 é dividido em dois eventos diferentes: street (a pista simula objetos das ruas, como corrimãos e escadas e a criatividade é um importante componente) e o park (com uma pista com declives, ângulos e curvas, na qual os participantes vão ganhando velocidade e demonstrando manobras), ambos no feminino e no masculino. Com o street já finalizado, o park acontece nos dias 4 e 5 de agosto. Os brasileiros Luiz Francisco e Pedro Barros são terceiro e quarto colocados do ranking mundial, respectivamente, nesse evento.

Confira os skatistas brasileiros na categoria park:

  • Park feminino: Dora Varella, Isadora Pacheco e Yndiara Asp (4 de agosto)
  • Park masculino: Luizinho Francisco, Pedro Barros e Pedro Quintas (5 de agosto)

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