Um rotífero – animal pertencente a um filo de criaturas aquáticas e microscópicas – acordou após passar os últimos 24 mil anos hibernando em congelamento. O espécime foi encontrado em pergelissolo siberiano, e os resultados do estudo, que acompanhou o comportamento do rotífero, foram publicados nesta segunda-feira (7/6/2021) na revista “Current Biology”.
“Nossa conclusão é a prova mais decisiva, a partir de hoje, de que animais multicelulares poderiam suportar dezenas de milhares de anos em criptobiose, o estado do metabolismo quase completamente preso”, apontou Stas Malavin, coautor do estudo, em nota à imprensa. Malavin é biólogo do Laboratório de Criologia do Solo do Instituto de Problemas Físico-Químicos e Biológicos em Ciência do Solo em Pushchino, na Rússia.
Em laboratório, os cientistas conseguiram reviver o rotífero e produziram várias culturas rotíferas secundárias a parti do mesmo indivíduo – estes animais se reproduzem assexualmente, em processo conhecido como partenogênese. Esse reavivamento “constitui o caso mais longo relatado de sobrevivência de rotífero em um estado congelado”, segundo a pesquisa. A análise genética do espécime o identificou como pertencente ao gênero Adineta, e o comparou com amostras vivas provenientes da Bélgica.
Em tese, esse tipo de descoberta pode apontar para uma possível criogenia humana. Apesar de o campo ainda estar longe de ter qualquer possibilidade prática e existir – afinal, congelar pessoas para que sejam revividas posteriormente não é algo que cabe na ciência compreendida até o momento – a compreensão de que é possível em outras escalas é uma “esperança” para o campo de estudo.
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