Fraudes no Auxílio Emergencial prejudicaram mais de 20 mil pessoas, segundo Polícia Federal

0

Mais de 20 mil pessoas foram prejudicadas por fraudes no pagamento do auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19. A informação foi divulgada pela Polícia Federal (PF), na quinta-feira (18/2/2021), em coletiva sobre a operação de combate a este tipo de crime, que aconteceu pela manhã, e se refere apenas às vítimas deste esquema investigado. Quem teve o benefício roubado deve procurar a Caixa.

Segundo o delegado Cleo Mazzotti, o prejuízo é de cerca de R$ 15 milhões nesta fase da operação.

Cerca de 50 pessoas são investigadas em Minas Gerais por participação nas fraudes, sendo 20 na Região Metropolitana. Na quinta-feira foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em 39 cidades do estado e mais sete mandados nos estados da Paraíba, Tocantins e Bahia. Ninguém foi preso.

“As investigações começaram através das denúncias de quem foi receber o valor e percebeu que o dinheiro já havia sido retirado da conta. Através dessas denúncias foi criado um grupo de inteligência para investigar os alvos com o apoio do Ministério da Cidadania, a Caixa Econômica Federal, o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal (RF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse o superintendente regional substituto da PF em Minas, Marcelo Rezende.

A Operação “Terceira Parcela” contou com a participação de mais de 200 policiais e é uma continuidade de outras duas operações deflagradas pela Polícia Federal no ano passado. No dia 10 de novembro a Operação “Primeira Parcela” ocorreu nos estados da Bahia, São Paulo e Tocantins. Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro pessoas foram presas. No dia 10 de dezembro, durante a Operação “Segunda Parcela”, a Polícia Federal enviou equipes para investigar as fraudes ao Auxílio Emergencial para 14 estados.

“Essa é a operação mais expressiva no combate a fraudes no auxílio emergencial. Os prejudicados são famílias sem renda que infelizmente tiveram seus benefícios retirados por organizações e grupos criminosos no momento de maior fragilidade”, falou Rezende.

Complexidade na investigação

O delegado Mazzotti falou sobre as dificuldades em chegar aos responsáveis pelas fraudes.

“Quando foi oferecido o benefício, verificamos que 65 milhões de pessoas seriam beneficiadas, com isso as fraudes deveriam ser investigadas. Se cada caso fosse analisado de forma individual não chegaríamos a lugar nenhum”, disse.

O delegado também alertou que as investigações são contra pessoas e grupos criminosos que burlavam o sistema e não contra pessoas que receberam de forma indevida.

“É preciso destacar que as investigações são contra essas organizações e não contra aquele indivíduo que preencheu os dados de forma incorreta e recebeu indevidamente. Esses devem procurar a Caixa para devolver o valor e não serem confrontados pela Justiça”, alertou.

O prejuízo aos cofres públicos, segundo Mazzoti, poderia ser maior.

“Com essas operações já conseguimos evitar que mais de três milhões de benefícios fossem entregues de forma indevida. Isso corresponde a R$ 6 bilhões”.

O delegado da PF, Adriano de Freitas, explicou os objetivos dessa fase.

“Neste primeiro momento estamos recolhendo provas qualificadas. As Informações desta quinta-feira serão cruzadas com as informações que já temos para ajudar nas próximas fases da investigação. Estamos em busca de identificar os integrantes dessa organização”.

——————
Quer receber as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão? Siga-nos no Facebook @aconteceunovale, Twitter @noticiadosvales e Instagram @aconteceunovale.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui