Cantor Belo é preso por show durante a pandemia

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A Secretaria de Estado de Polícia Civil (SEPOL) do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD), prendeu o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, nesta quarta-feira (17/2/2021), durante a operação “É o que eu mereço”. A ação foi em cumprimento de mandados de prisão preventiva e mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça contra os responsáveis por promover a invasão e realização de um evento musical, em plena pandemia, no CIEP 326 – Professor César Pernetta, localizado na comunidade Parque União, no Complexo da Maré, na última sexta-feira (12/2). Célio Caetano e Joaquim Henrique Marques Oliveira, sócios da produtora de eventos que organizou o show, também foram presos.  

O evento musical começou na noite de sexta-feira e durou até a manhã do sábado (13/2). O show aconteceu em uma escola pública estadual, sem autorização da Secretaria de Estado de Educação (Seeduc), onde houve grande aglomeração de pessoas e risco de propagação e contaminação da Covid-19. 

“Como se tal situação, por si só, não fosse absurda e suficiente para uma resposta do Estado, foi verificado junto à Seeduc que o evento ocorreu sem qualquer autorização, configurando verdadeiro esbulho/invasão de um prédio público para a realização de um evento privado, contrário ao interesse público e que serviu para propagar ainda mais a doença viral”, frisa o titular da DCOD, delegado Gustavo de Mello de Castro.

Segundo a DCOD, a invasão de um estabelecimento de ensino, localizado na comunidade Parque União, uma das áreas mais conflagradas do estado, onde uma das maiores organizações criminosas do Rio de Janeiro atua, somente poderia ocorrer com a autorização do chefe da localidade, que controla a região há anos e foi indiciado em diversos procedimentos policiais, sendo, inclusive, um dos bandidos mais procurados do Estado.

“Verifica-se que o cenário desenhado é um dos mais absurdos possíveis, na medida em que o “evento contagioso” não foi autorizado pelo Estado, mas pelo chefe criminoso local, que também teve a sua prisão preventiva decretada”, declara o delegado. 

Além das prisões, a Justiça também decretou a suspensão das atividades da sociedade empresária e bloqueio das contas bancárias dos investigados até que se apure os prejuízos causados pela conduta criminosa.

Mandados

A DCOD cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão. Uma das buscas foi na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, onde foram apreendidos equipamentos, a aparelhagem de som, documentos e veículos. Na casa de Belo, foram apreendidos dinheiro e duas pistolas.

Também foram recolhidos computadores e outros pertences na casa de Belo, na Barra da Tijuca.

Os quatro mandados de prisão preventiva foram contra:

  • Marcelo Pires Vieira, o Belo, cantor – preso em Angra dos Reis, na Costa Verde;
  • Célio Caetano, sócio da produtora – preso em Macaé;
  • Henriques Marques, o Rick, também sócio da produtora – preso no Rio;
  • Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, chefe do tráfico no Parque União – procurado pela polícia.

Outras prisões de Belo

Belo já foi preso em outras duas ocasiões. O músico foi condenado no dia 30 de dezembro de 2002 a seis anos de prisão, acusado de associação para o tráfico depois de, segundo a polícia, negociar drogas e armas pelo telefone com um traficante. Na ocasião, ficou preso por cerca de um mês e conseguiu, após entrar com um recurso, o direito de responder em liberdade.

O Ministério Público recorreu da decisão e a 8ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio aumentou a pena do cantor para oito anos. Belo foi preso novamente em novembro de 2004. Ele estava escondido dentro de casa, na Zona Oeste do Rio. Desta vez, passou três anos e oito meses na cadeia.

Multas por aglomeração no período do carnaval

Em balanço divulgado hoje (17), a Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro (Seop) informou ter aplicado 74 multas a estabelecimentos e organizadores de eventos por aglomerações durante o período em que seria realizado o carnaval. Houve ainda 32 locais interditados.

Uma mansão na Gávea, bairro da zona sul da cidade, foi um dos locais onde foram registradas aglomerações. No imóvel, uma festa chamada de Secret Sunset reunia centenas de pessoas na noite de ontem (16) e foi interrompida. De acordo com a Seop, o evento foi identificado pela equipe de inteligência devido à intensa movimentação de veículos fretados na região. Uma investigação revelou que os ingressos custavam até R$ 1,8 mil e garantiam o traslado dos participantes.

Entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, ocorreram ainda interdições de dois estabelecimentos e aplicação de 11 multas durante inspeção na Barra da Tijuca e no Leblon. Ao todo, a Seop informa que mais de seis mil ações de fiscalização foram realizadas no período que seria celebrado o carnaval.

As atividades mobilizaram ainda a Guarda Municipal e o Instituto de Vigilância Sanitária e contaram com o apoio da Polícia Militar. Além das aglomerações, foram registradas 139 infrações sanitárias, como o não uso de máscara. Também foram apreendidos 42 equipamentos de som e cinco mil unidades de bebidas alcoólicas, além de aplicadas multas a 140 ambulantes por diversas irregularidades, sobretudo comercialização de produtos em garrafas de vidro, o que não é permitido.

A Guarda Marítima Municipal fiscalizou 63 embarcações de médio e grande porte que seriam usadas para passeios com festas entre sábado (13) e ontem (16). Sete delas foram impedidas de sair por aglomeração ou por não possuírem alvará municipal para transporte de passageiros com remuneração ou para atividade turística. Os responsáveis pelas demais 56 embarcações cancelaram as festas programadas, após receberem orientação dos fiscais sobre a irregularidades dos eventos.

A operação de fiscalização coordenada pela Seop prossegue até a manhã da próxima segunda-feira (22), quando deixa de valer o decreto municipal que proibiu a realização de eventos típicos do período de carnaval, como a concentração e o desfile de blocos e escolas de samba. Em caso de descumprimento, estão previstas as possibilidade de apreensão dos instrumentos musicais e de multa aos responsáveis.

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