A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, nessa segunda-feira (1/2/2021), o inquérito policial que apurou a morte de um bebê de 10 meses, ocorrida durante a passagem de 2020 para este ano, em Raul Soares. A mãe da vítima, de 21 anos, e o namorado dela, de 25, foram indiciados pelo crime de homicídio e estão presos preventivamente desde a ocasião dos fatos. As investigações indicam que a criança foi espancada e morreu em decorrência das graves lesões sofridas.
Por volta das 10 horas de 1º de janeiro, a mãe encontrou o bebê morto. Eles estavam na casa do namorado da também investigada. Inicialmente, foi informado à polícia que a criança teria passado mal durante a noite e não se sabia a causa do óbito. O corpo foi levado ao hospital, e a equipe médica observou traços de lesões externas. Em exames no Posto Médico-Legal da PCMG, o médico-legista contatou uma série de ferimentos indicativos de violência recente.
Segundo o delegado Gilzan Lessa, titular da Delegacia em Raul Soares, a partir daí, a equipe começou a realizar levantamentos para a investigação do caso. “Ficou apurado que o namorado da mãe da criança desejava matar o bebê e já havia manifestado isso direta e presencialmente à mãe, que ainda assim permaneceu no relacionamento. Além disso, foram colhidas informações pretéritas de ato violento contra o bebê, praticado pelo investigado, bem como manifestações de desprezo pela criança”, informa.
Motivação
O delegado explica que as investigações indicam que o suspeito matou o bebê por obsessão pela mãe da vítima. “Era necessário que ela dedicasse muito tempo ao filho, que vinha se apresentando doente há algum tempo e demandava cuidados contínuos, tornando a condição de namorada incompatível com a de mãe, segundo palavras da própria, que chegou a terminar o relacionamento algumas vezes por essa razão, o que deixava o investigado desesperado, nutrindo seu ódio pela criança”, conta.
Ainda conforme Lessa, o resultado do inquérito policial, incluindo laudos periciais e informações obtidas pela equipe de investigação, indica que o suspeito espancou brutalmente o bebê na noite de Réveillon, causando lesões que resultaram na morte da criança. “A mãe adotou uma postura omissiva diante do quadro geral e no dia dos fatos de igual maneira, razão pela qual também é considerada penalmente responsável pela morte da criança”, esclarece.
Indiciamento
Segundo o delegado, o homem foi indiciado por homicídio qualificado pelo motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, com a presença de três circunstâncias agravantes: “pois a vítima se trata de criança, o suspeito se aproveitou da hospedagem dada à mãe e ao bebê, e há indícios de embriaguez preordenada”. Já a mãe, indiciada pela prática de homicídio simples, “por omissão na condição de garantidora da não ocorrência do resultado morte”, conclui.
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