É preciso educar os homens para que possam ser pessoas de bem. As mulheres são vítimas de todo tipo de violência e respondem por 90% dos casos que chegam ao Hospital Universitário Clemente de Faria, em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Elas são agredidas fisicamente ou sexualmente por pais, irmãos, tios, primos, padrastos e companheiros, pessoas próximas destas mulheres (que tem idade entre 1 e 18 anos – em sua maioria).
Os dados foram apresentados pela socióloga Theresa Raquel Martinez, que responde pelo Serviço Multidisciplinar de Assistência à Pessoa em Situação de Violência, da Maternidade Maria Barbosa, do Hospital Universitário Clemente de Faria (HUCF), em Montes Claros (MG).
A profissional lembra que esta segunda-feira (25/11), é marcada pelo Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres. “É preciso combater o mal pela raiz”, disse, ao destacar que, neste ano, a equipe multidisciplinar de Assistência à Pessoa em Situação de Violência já registrou um número maior de casos em relação a 2018, mesmo a pouco mais de um mês do fim do ano.
Neste ano, já foram 182 atendimentos, sendo 161 casos de violência física ou sexual contra mulheres. O que representa 88,46%. No ano passado, foram 166 casos registrados. Destes, 151 contra mulheres (90,96%). Ou seja, o acréscimo é de 9,63% de um ano para outro.
“O ano ainda não acabou e já tivemos, infelizmente, um crescimento nos casos de violência física ou sexual contra pessoas. Se compararmos os dois anos, o crescimento mostra um cenário de triste realidade”, destacou a socióloga.
Para Theresa Martinez, é necessário valorizar as políticas públicas voltadas para o trabalho social nas famílias, com a valorização e respeito ao ser humano, combate aos estigmas de machismo, à violência doméstica e ao sentimento de pertencimento. “Precisamos combater na base para que, no futuro, possamos ter cidadãos de bem e que respeitem a condição humana”, finalizou Martinez.
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