Veredinhense participa de mobilidade acadêmica internacional em Portugal

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Raquel Cordeiro Santos nasceu em Veredinha, no Vale do Jequitinhonha. Atualmente, cursa Bacharelado em Administração Pública, no Centro de Educação Aberta e à Distância (CEAD) pela UFOP, mas está em Braga, Portugal, desde janeiro de 2019 fazendo sua mobilidade acadêmica internacional.

Movida pelo sonho de ser professora, ela ajudou a fundar uma escola em sua cidade. Sua vontade era contribuir com as pessoas de Veredinha através do ensino e tinha certeza que poderia auxiliar melhor se estivesse formada. Então, decidiu sair da cidade pela primeira vez e cursar a faculdade de Matemática no Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) em São João Evangelista.

Ela conta que “de lá, a vida tomou rumos totalmente diferentes”. Em São João, Raquel se tornou funcionária pública e decidiu cursar outra faculdade para se aprofundar na área em que estava trabalhando. Então, ingressou em seu segundo curso superior: Administração Pública. Por conta do seu trabalho e pouca disponibilidade de tempo, optou pela educação à distância.

O próximo passo de sua vida teria que ser ainda maior: “Agora eu quero um intercâmbio!”, e assim o fez. Raquel conta que ficou ansiosa com uma liberação no trabalho para o intercâmbio. Mas continuou acompanhando os editais da UFOP e participou de dois: um para Colômbia e outro para Portugal, e foi aprovada para ambos.

Raquel pesquisou muito e pensou antes de decidir para qual país iria. Mas a Universidade do Minho, em Braga, se destacou por sua história: “O campus da Universidade é conhecido por ser aberto e, de fato, ele não é cercado por muros e isso reflete na filosofia da universidade em fazer com que o conhecimento vá além da sala de aula”. Com a possibilidade de morar na Europa e fazer parte desse ambiente, Raquel decidiu: “Isso é para mim!” e foi fazer sua mobilidade acadêmica em Portugal.

A estudante que nunca tinha saído do Brasil conta que, mesmo depois de 6 meses, tudo é novidade. Em Portugal ela gosta de sair para caminhar, sentar nos bancos das praças e passar seu tempo ao ar livre nos jardins universitários, o que é muito comum por lá. Ela conta que teve um pouco de dificuldade com o idioma, já que o sotaque português é muito diferente, mas a adaptação foi rápida e ela também aproveitou para praticar o inglês, já que conheceu pessoas de muitos países. Raquel também conta que a maior dificuldade para viajar foi a licença da empresa, mas não teve nenhum problema com documentação e organização da viagem.

Raquel foi selecionada pelo Programa de Mobilidade Acadêmica Internacional e teve apoio da CAINT e da coordenação do curso, em especial do professor Breynner Ricado, para efetuar os procedimentos práticos e burocráticos. Porém, precisou se organizar financeiramente para arcar com as despesas, já que o programa prevê isenção das taxas acadêmicas na instituição de destino, porém não dispõe de auxílio financeiro. Como seu horário de aulas não é regular, também não pôde trabalhar, mas encontrou outra alternativa: dar aula particular de matemática e estatística para se manter no país. Ela começou com colegas de sua própria sala de aula e em pouco tempo já tinha alunos de outras turmas e cursos, o que facilitou na adaptação ao sotaque português e às gírias locais.

Quando questionada sobre o que mais gostou, Raquel conta que é impossível escolher uma coisa só, mas destaca a participação em congressos e a possibilidade de aprender com pessoas que tinham propriedade para falar sobre diferentes assuntos. Ela também ressalta o prazer em caminhar nas praias, ver o pôr do sol, admirar os jardins e conhecer os santuários do país. Para Raquel a experiência é “Indescritível!”, e complementa “a experiência está sendo maravilhosa e está me possibilitando crescimento, conhecimento, trocas culturais”.

Sobre seu curso na UFOP, Raquel conta que muitos estudantes pensam que estão na Universidade só para conseguir um diploma. Para ela, os estudantes “não sabem que podem ir, que podem escolher onde estudar e adquirir experiências que proporcionam o crescimento do curso, da Universidade e deles mesmos”. Raquel ainda conta que o maior benefício dessa experiência é que o aluno aprende a ver o mundo de outra forma e pensar mais abertamente: “talvez nem tudo que eu aprendi na Universidade seja só aquilo. Você aprende mais e confronta ideias antigas para continuar conhecendo mais. Nós temos que fazer parte disso, temos que crescer com essa experiência e eu sou imensamente grata por estar aqui nesse ambiente e poder aproveitar cada instante”.

A experiência na mobilidade internacional é muito rica: “Depois que você sai, você sabe que tem coisas que podem melhorar muito”. Ela está estudando em Portugal desde janeiro de 2019 e quer prorrogar sua estadia em Braga. Perto de conseguir um estágio, suas expectativas são ótimas: “quero continuar tendo ainda mais experiências e aprender ainda mais!”.

Raquel acredita que todos deveriam fazer intercâmbio, sendo de graduação à distância ou presencial, e deixa seu convite, principalmente para seus colegas do CEAD: “Deixe de desconfiar de si próprio, confie! Nós já temos o costume de pesquisar as coisas e estudar sozinhos, ter disciplina. Para nós, nos integrarmos em um grupo presencial é mais uma vantagem, porque não temos isso no curso no Brasil”. E ainda complementa: “Levem o que têm para contribuir, não vão se arrepender! O intercâmbio muda a cabeça, o jeito de pensar e faz querer ainda mais”.

Foto: CAINT / UFOP / Divulgação
Foto: CAINT / UFOP / Divulgação
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