Exibir vídeos pornográficos, alisar o corpo, tirar as roupas e estuprar foram alguns dos crimes supostamente cometidos por um treinador de escolinha de futebol, de 56 anos, contra seus alunos menores de idade em um clube no bairro Braúnas, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O suspeito foi preso na terça-feira (13) após denúncias de pais de quatro crianças e adolescentes com idades entre 10 e 15 anos.
Era por volta das 12h40 quando a Polícia Militar foi acionada pelo pai de uma das crianças para denunciar o clube como espaço utilizado para estupro de seu filho e abuso de outros menores. Há 10 meses o menino treina futebol na escolinha e, como contou aos militares, os abusos foram iniciados ainda em abril deste ano.
Na primeira vez, o técnico liberou as outras crianças para que realizassem treinamento na areia e ficou no campo com este menino, em seguida ele teria tirado o short da criança e alisado suas nádegas. Foram outros quatro episódios de abusos sofridos por ele, o último em maio, quando o homem colocou o dedo em suas partes íntimas. O menino disse não ter sido ameaçado para esconder da família e contou ter visto seu técnico alisando as nádegas de outro menino em uma das oportunidades.
Na ocasião em que a denúncia foi realizada à polícia, outros três menores também apontaram ter sido violentados pelo homem de 56 anos. Um deles, de apenas 11 anos, contou que os abusos tiveram início em março, quando ele foi até o clube para comprar o uniforme da escolinha. Durante sua troca de roupa no vestiário, o professor teria entrado, o visto pelado e dito: “que bundão”.
No mês seguinte, quando seguia para o campo com as outras crianças, o pré-adolescente foi surpreendido por um tapa na bunda dado pelo técnico. Segundo a vítima, em outro momento, o professor foi visto por ele alisando um outro colega que estava sem shorts e, este menino, contou a ele que ganhou R$ 50 após o abuso.
O outro menino de 11 anos relatou aos militares que a série de abusos contra ele foram iniciadas no dia em que o técnico pediu que chegasse mais cedo para a aula. No clube, o homem teria chamado o menino para uma área onde existem chalés e, lá, exibiu em seu celular vídeos pornográficos.
Em seguida, o professor teria pedido que o menino tirasse o short, mas ele negou, o homem insistiu e enfiou as mãos por debaixo da roupa da criança, onde acariciou suas partes íntimas. Nessa ocasião, o técnico ainda o teria estuprado.
Num outro dia, o suspeito teria se aproveitado do instante em que ele dobrava coletes para “chegar por trás” e esfregar seu órgão sexual nele, mordendo ainda seu pescoço. Ainda segundo a criança, o professor sempre oferecia entre R$ 5 e R$ 10 a ele após abusá-lo e ainda teria dito em algumas oportunidades que o menino não deveria contar nada a ninguém, já que se ele contasse “acabaria a escolinha de futebol”.
Há um ano participando dos treinamentos na associação esportiva, o último dos menores denunciantes, um adolescente de 15 anos contou ter sido obrigado a manter relações sexuais com o homem. O jovem explicou que o primeiro abuso aconteceu em setembro passado. Àquela época, o técnico fingia brincar para alisar sua barriga e suas nádegas, por cima da roupa.
Noutras oportunidades, o homem teria pedido que o menino praticasse sexo oral nele e, nos últimos três meses, alisava o corpo do adolescente e penetrava o dedo em seu ânus. Na última sexta-feira (9), o técnico o levou para uma área de mata no clube, próximo aos chalés, obrigou o menino a assistir vídeos pornográficos e introduziu seu pênis nele.
Após a prisão, o técnico negou todas as acusações. O celular por ele usado foi apreendido e será investigado. A ocorrência foi encerrada na Delegacia de Mulheres e, na ausência de flagrante, a delegada que lá estava representou para que o suspeito continuasse detido. A Polícia Civil informou que, posteriormente, o caso foi encaminhado à Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
A reportagem telefonou para o número disponibilizado pelo clube em sua página na internet. Um funcionário, que não se identificou, contou que não sabe detalhes sobre o caso e apenas os responsáveis pela gestão da associação poderiam se pronunciar sobre o assunto. Nenhum deles foi encontrado até a publicação desta matéria.
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(Fonte: O Tempo)