Começa na próxima quarta-feira (1/5), a primeira etapa anual de vacinação contra a febre aftosa em Minas Gerais. Produtores rurais terão até 31 de maio para vacinar bovinos e bubalinos de todas as idades. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), vinculado à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), é o órgão responsável pela gestão da campanha em Minas e estima que deverão ser vacinados cerca de 22 milhões de animais.
A novidade este ano é que a dose da vacina será de 2 ml por animal. O produtor não poderá mais utilizar vacinas com dosagem de 5 ml e o estabelecimento revendedor está proibido de comercializar esse tipo de vacina. Quem não vacinar os animais estará sujeito a multa de 25 Unidades Fiscais do Estado de Minas Gerais (Ufemgs) por animal, o equivalente a R$ 89,83 por cabeça. A imunização do rebanho é obrigatória e fundamental para o estado manter o reconhecimento internacional de zona livre com vacinação. Esse cenário favorece o agronegócio, pois estimula o acesso do estado a mercados internacionais, contribuindo para o Produto Interno Bruto de Minas Gerais.
Mercado
Minas Gerais possui o segundo maior rebanho nacional de bovinos, com cerca de 22 milhões de animais e detém o status de área livre de aftosa com vacinação desde 2008, concedido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Em 2018, o estado ocupou o quarto lugar no ranking nacional das exportações de carne bovina, com US$ 604 milhões, ou 9,2% do total nacional.
A China é o principal comprador do produto mineiro, com 59% do total das vendas externas. Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina, com receita de US$ 1,5 bilhão no primeiro trimestre deste ano, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. De janeiro a março de 2019, as exportações de carne bovina em Minas Gerais geraram uma receita de US$139 milhões, crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano passado.
O diretor-geral do IMA, Thales Fernandes, lembra aos produtores rurais mineiros que a vacinação é essencial para manter o rebanho sadio e livre de focos da doença. “É fundamental continuar imunizando os rebanhos, principalmente tendo em vista que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento planeja suspender a vacinação até 2021. Contamos com a parceria dos produtores e das entidades representativas do setor para que todo o rebanho bovino e bubalino seja vacinado e, com isso, o estado continue livre da doença”.
Foto: Divulgação/IMA
Dose da vacina
De acordo com o gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, o médico veterinário Guilherme Costa Negro Dias, a mudança da dosagem da vacina de 5 ml para 2 ml é positiva, “visto que há uma expectativa de diminuir as reações vacinais, uma reivindicação do setor produtivo e da indústria da carne. Além disso, com frascos menores, as vacinas ocuparão menos espaço, facilitando o transporte e reduzindo o custo de refrigeração”, explicou.
Cuidados com a vacinação
Para garantir a eficácia da imunização dos animais, o gerente do IMA lembra que são importantes alguns cuidados em todo o processo. “A vacina deve ser adquirida em estabelecimento credenciado para a revenda e conservada em temperatura entre 2 e 8 graus centígrados, do momento da compra até a vacinação dos animais. Recomenda-se também programar a aplicação para os horários mais frescos do dia”.
Declaração
A declaração de vacinação também é obrigatória e quem não o fizer até o dia 10 de junho de 2019 poderá receber multa de 5Ufemgs, o equivalente a R$ 17,96 por cabeça. O IMA estabelece que os produtores rurais proprietários de 150 ou mais bovinos ou bubalinos realizem a declaração da vacinação do seu rebanho contra a febre aftosa exclusivamente de forma eletrônica, pelo site ima.mg.gov.br. A declaração de vacinação do gado para produtores com plantel de até 150 animais ainda poderá ser feita presencialmente no IMA, ou também via internet.
A doença
A febre aftosa é causada por um vírus, altamente contagioso e que pode trazer grandes prejuízos econômicos para os produtores, pois afeta o comércio internacional, principalmente em países como o Brasil, que possuem uma exportação bastante expressiva de produtos pecuários.
A doença é transmitida pela saliva, aftas, leite, sêmen, urina e fezes dos animais doentes, e também pela água, ar, objetos e ambientes contaminados. O vírus ainda pode permanecer nas roupas e sapatos das pessoas que tiveram qualquer contato com animais contaminados. O animal doente pode apresentar febre, aftas na boca, lesões nas tetas e entre as unhas. Outros sinais são inquietação, salivação (babeira), dificuldade de mastigar e engolir alimentos e tremores, com queda na produção de carne e leite.
O IMA deve ser informado imediatamente, se for verificado que os animais estão com estes sintomas. Um médico veterinário do IMA fará a inspeção dos animais e tomará as providências necessárias.
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(Fonte: Agência Minas)