Considerada uma doença grave e com alto potencial de contágio, o sarampo apresenta sintomas que podem ser confundidos com a dengue. Febre alta (acima de 38,5°C), dor de cabeça e manchas vermelhas (exantemas) são comuns às duas doenças. Porém, apesar das semelhanças, é possível diferenciar as duas durante atendimento médico.
Segundo o coordenador de Doenças e Agravos Transmissíveis da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Gilmar Rodrigues, ao apresentar os sintomas, a pessoa precisa procurar imediatamente uma unidade de saúde para ser avaliada e receber atendimento.
“Embora as duas doenças possam ter a manifestação de febre e exantema, no sarampo, esses dois sintomas vêm associados a outros como tosse, coriza, conjuntivite e manchas brancas que aparecem na parte interna da boca, conhecidas como sinal de Koplik. Já nas manifestações sintomáticas da dengue, o exantema nem sempre está presente. Porém, quando aparecem as manchas vermelhas, muitas vezes são antecedidas de febre em sete dias. E ainda há outros sintomas como cefaleia, dor ao redor dos olhos e musculares”, explica.
Tratamentos
Não há tratamento específico para o sarampo, apenas para os sintomas que surgem com a doença. O paciente deve ser hidratado, alimentado e ter a tosse e a febre controladas por medicamentos. O paciente também deve estar em isolamento hospitalar ou domiciliar, durante o período de transmissibilidade, e ter acompanhamento médico e epidemiológico por 30 dias. Para diagnóstico, além da análise dos sintomas e manifestações cutâneas, um exame de sangue ou de urina (sorologia) deve ser realizado.
Para a dengue também não há tratamento específico. Os medicamentos devem ser utilizados somente com prescrição médica e para aliviar os sintomas. Para impedir o agravamento da doença são recomendados repouso e ingestão de líquidos. O diagnóstico da dengue pode ser realizado em investigações clínica e epidemiológica ou por diagnóstico laboratorial.
Sintomas do sarampo por período de infecção
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmitida pela fala, tosse e espirro. Ela pode ser contraída em qualquer idade. As complicações infecciosas contribuem para a gravidade da doença, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
As manifestações clínicas do sarampo são divididas em três períodos. Durante o período de infecção, que dura cerca de sete dias, surgem febre, acompanhada de tosse seca, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do segundo ao quarto dia deste período, surgem as manchas vermelhas e se acentuam os sintomas iniciais.
Em seguida, ocorre um período de remissão, ou seja, um pequeno abrandamento nos sintomas e com declínio da febre. As erupções na pele tornam-se escurecidas e, em alguns casos, com descamações finas.
A ocorrência de febre, por mais de três dias, após o aparecimento das erupções na pele, é um sinal de alerta, podendo indicar o aparecimento de complicações como infecções respiratórias, otites, doenças diarreicas e neurológicas.
Já no período seguinte, conhecido como toxêmico, o sarampo começa a comprometer a resistência do doente, facilitando a ocorrência de outras infecções virais ou bacterianas. Por isso, são frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os dois anos de idade, em especial aquelas desnutridas, e em adultos jovens.
Vacinas
Diferentemente da dengue, o sarampo pode ser evitado por meio da vacinação. A vacina é segura e eficaz na prevenção da doença. Tanto a Tríplice Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, quanto a Tetra Viral, que protege contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a varicela (catapora), fazem parte do calendário de vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) de forma regular e contínua.
“A única forma de se prevenir contra o sarampo é por meio da vacinação. Por isso, a principal ação da SES, para impedir o avanço da doença, é manter a população protegida por meio da vacinação, mobilizando esforços para garantia de altas coberturas vacinais”, diz o coordenador Gilmar.
O esquema vacinal vigente é de duas doses para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade, sendo uma dose da Tríplice Viral aos 12 meses de idade e uma dose da tetra viral aos 15 meses de idade. Para ser considerada protegida, uma pessoa de até 29 anos deverá ter duas doses comprovadas em caderneta de vacinação. Já para pessoas de 30 a 49 anos de idade, é necessário ter uma dose da Tríplice Viral.
Quem já tomou duas doses durante a vida, da Tríplice ou da Tetra, não precisa mais receber a vacina, pois está protegido. Aos viajantes, recomenda-se a atualização das vacinas, preferencialmente com 15 dias de antecedência à viagem.
A última campanha de vacinação contra o sarampo, realizada em agosto de 2018, alcançou 97,49% do público em Minas Gerais, composto por crianças de 1 ano a menores de 5. Na época, todas as crianças dentro da faixa etária recomendada para a vacina receberam uma dose da Tríplice Viral, independentemente de já terem as duas doses recomendadas, desde que não tivessem sido imunizadas nos últimos 30 dias.
Já a cobertura acumulada da Tríplice Viral no estado é de 82,80% para a primeira dose (1 ano a 49 anos) e de 42,13% para a segunda dose (1 ano a 29 anos). Isso significa que 2.612.404 de pessoas não receberam a primeira dose da tríplice viral e outros 5.457.551 não receberam a segunda dose.
Cenário epidemiológico
Desde o início de 2019, foram notificados 67 casos suspeitos de sarampo provenientes de 31 municípios mineiros. Destes, 44,8% foram descartados; 53,7% estão sob investigação e 1% caso foi confirmado como importado de sarampo. O paciente, morador de Betim, é um italiano com história de viagem recente à Croácia e à Itália. As ações de bloqueio vacinal e pesquisa diagnóstica foram oportunamente realizadas pelas equipes das vigilâncias locais.
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(Fonte: Agência Minas)