Uma nova pílula contraceptiva masculina foi testada em homens saudáveis por cientistas norte-americanos e revelou poder ser uma maneira efetiva de diminuir a produção de espermatozoides sem afetar a libido.
Os resultados da primeira fase do estudo sobre o medicamento, testado em 40 homens saudáveis, foram apresentados nesta terça-feira (26/03/2019) no encontro anual da Sociedade de Endocrinologia, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
“Os nossos resultados sugerem que este comprimido, que combina duas atividades hormonais numa só, diminui a produção de espermatozoides mantendo a libido”, afirmou uma das pesquisadoras, Christina Wang, do Instituto de Investigação Biomédica de Los Angeles, na Califórnia.
O contraceptivo oral masculino chama-se 11-beta-MNTDC e consiste em testosterona modificada que combina as ações de um hormônio masculino, o androgênio, e a progesterona.
Dos 40 participantes do estudo, 14 receberam doses de 200 miligramas do medicamento e 16 receberam doses de 400 miligramas. Outros 10 receberam uma cápsula placebo. Todos os participantes ingeriram as cápsulas uma vez por dia, ao longo de 28 dias.
Os homens que ingeriram a 11-beta-MNTDC mostraram queda no nível médio de testosterona. Os participantes reportaram casos de fadiga, acne e dores de cabeça, mas não relataram efeitos colaterais sérios.
Segundo uma das pesquisadoras principais do estudo, Stephanie Page, da Escola de Medicinada Universidade de Washington, os efeitos da baixa testosterona foram mínimos porque a 11-beta-MNTDC simula bem a testosterona no restante do corpo, mas não permanece em concentrações grandes o bastante nos testículos para apoiar a produção de esperma.
Os níveis de dois hormônios necessários para a produção de esperma caíram drasticamente em relação aos homens que estavam ingerindo o placebo.
“O objetivo é encontrar o composto com menos efeitos colaterais e mais eficaz”, disse Page.
Wang afirmou acreditar que contraceptivos hormonais masculinos seguros e com efeitos reversíveis estarão disponíveis no mercado em cerca de dez anos. A pesquisadora citou um estudo publicado em 2005 mostrando que 55% dos homens em relacionamentos estáveis estão abertos a tentar novos métodos contraceptivos hormonais caso seus efeitos sejam reversíveis.
O próximo passo da pesquisa é realizar testes de maior duração, já que testes por um período de ao menos de 60 a 90 dias teriam sido necessários para afetar a produção de esperma. Se o medicamento for eficaz em estudos mais longos, ele será testado em grupos maiores e posteriormente em casais sexualmente ativos.
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(Fonte: DW – Deutsche Welle)