As autoridades norte-americanas anunciaram que vão fazer novos exames médicos em crianças que estão sob custódia, após a morte de um migrante de 8 anos, procedente da Guatemala. É o segundo caso de um menor que morre sob custódia dos Estados Unidos (EUA), depois de atravessar a fronteira ilegalmente. O governo da Guatemala exigiu uma investigação “clara” sobre as mortes.
“Esta é uma perda trágica”, disse o responsável pelo CBP (Customs and Border Protection), Kevin K. McAleenan. Representante da autoridade que vigia as fronteiras, McAleenan manifestou à família condolências pela morte de Felipe Alonzo-Gomez, um menino de 8 anos que morreu sob custódia do governo norte-americano na noite de Natal.
Nessa terça-feira (25), o CBP anunciou em comunicado que realiza exames nas crianças com idade até 10 anos. A instituição argumenta que está revendo sua metodologia em relação à custódia dessas crianças, tanto na chegada aos centros, como 24 horas após a chegada.
Além disso, a Patrulha de Fronteira diz que trabalha com o Departamento de Imigração e Alfândega para o transporte para centros residenciais de Família e alta supervisionada. A agência examina as opções de custódia para aliviar os problemas de superlotação em El Paso, como por exemplo, trabalhar com organizações não governamentais ou parceiros locais para moradias temporárias.
O CBP estuda opções de assistência médicas com outros parceiros governamentais, como a Guarda Costeira, o Departamento de Defesa, serviços de saúde ou centros de Controle de Doença e Prevenção.
Histórico
Felipe Alonzo-Gomez mostrou “sinais potenciais de doença” na segunda-feira e foi levado, juntamente com o pai, a um hospital em Alamogordo, no estado do Novo México, onde foi diagnosticada uma gripe. Apresentou depois febre e ficou na unidade médica mais 90 minutos, tendo recebido alta na segunda-feira à tarde, com prescrição de antibiótico.
À noite, voltou ao hospital à noite com náuseas e vômitos e morreu quatro horas depois, segundo a CBP, pouco depois da meia-noite do dia de Natal.
A agência informa que ainda não está determinada a causa de morte e que haverá uma investigação. O Departamento de Segurança Interna e o governo da Guatemala foram notificados.
Criança escala barreira na fronteira entre México e EUA (Foto: AFP/Reprodução Publinews)
Segunda morte de criança imigrante
Também nessa terça-feira, dezenas de pessoas se despediram de Jakelin Caal Maquín, outra criança guatemalteca de 7 anos que morreu neste mês sob a custódia do governo dos Estados Unidos após entrar ilegalmente com o pai no país.
Jakelin foi enterrada em uma simples cerimônia realizada no cemitério em San Antonio Secortéz, no norte da Guatemala.
Antes do enterro, o corpo da menina percorreu a pequena comunidade em uma espécie de caravana, passando pela casa de seu avô, Domingo Caal, de sua mãe, Claudia Maquín, e da igreja local, para que todos pudessem se despedir de Jakelin, que acompanhou o pai na odisseia de tentar cruzar a fronteira do México com os EUA.
Para a viagem, a família hipotecou o terreno onde está a casa da mãe de Jakelin para pagar os coiotes que os levaram até os EUA. No entanto, os dois foram capturados por agentes da Patrulha da Fronteira dos EUA no dia 6 de dezembro, junto com 163 pessoas. Pai e filha foram separados, e a menina acabou morrendo 48 horas mais tarde por desidratação, segundo informações oficiais.
Fontes do Ministério de Relações Exteriores disseram à Associated Press que Jackeline tinha sido detida no estado do Novo México depois de ter cruzado ilegalmente a fronteira com seu pai e um grupo de migrantes.
A criança, que estaria havia vários dias sem comer e beber, começou a sofrer convulsões cerca de oito horas após ser detida. Jackeline foi enviada a um hospital, mas os médicos não conseguiram salvá-la. A família, no entanto, contestou essa versão.
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(Fonte: Agência Brasil, RTP e G1)