A comarca de Turmalina se mobilizou pelo fim da violência contra a mulher. Durante a 11ª Edição da campanha “Justiça Pela Paz em Casa”, o grupo “Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher” promoveu uma série de ações na cidade, com foco nas crianças e jovens das escolas públicas e privadas, com o objetivo de alcançar uma mudança mais profunda, uma transformação cultural. “O resultado das ações foi excepcional. A discussão percorreu todos os cantos da cidade, foi assunto de cada roda de conversa”, comemora o juiz da comarca, Cleiton Luis Chiodi. “Todo o trabalho foi voltado para informação, orientação e prevenção” destacou a assistente social judicial Aneliza Pinheiro Machado Guimarães.
Shirley Machado de Oliveira, promotora de justiça local, explicou que foi feita uma reunião entre a Secretaria de Educação, diretores de escolas, professores e a Rede de Enfrentamento. A proposta consistia em que o tema fosse trabalhado em uma disciplina com a participação de todos os alunos. “Nós montamos um kit para que cada escola tivesse um material para nortear os trabalhos”, disse a promotora de justiça. Foi alcançado um índice de adesão de 100% das escolas da comarca.
Comunidade participa de reflexão (TJMG)
As ações
A assistente social do TJMG comentou que o trabalho foi intenso. Como um dos objetivos da Rede de Enfrentamento é a mudança da cultura de violência contra a mulher, foi feito um grande trabalho de base com os estudantes. Cleiton Chiodi afirma que “esse tipo de ação é fundamental para que a mulher seja respeitada como sujeito de direitos”. Aneliza Pinheiro contou que, além do trabalho em sala de aula, foram realizados debates, rodas de conversa, produções de texto, teatro, poesia, música e exibição de filme, sempre com o intuito de alcançar o maior número de pessoas.
Com o apoio da prefeitura, Polícia Civil e Militar, Associação Comercial e a rádio de Turmalina, a Rede de Enfrentamento organizou uma blitz educativa. “Os alunos criaram mensagens que foram distribuídas aos motoristas”, relatou Aneliza Pinheiro. Além da distribuição de cartilhas, foi feita uma panfletagem na feira livre da cidade para divulgação do tema e da Rede de Enfrentamento. Houve apresentações musicais e teatrais na praça da cidade pelos alunos das escolas. “É necessário que a Rede ganhe visibilidade para que nós possamos colocar um fim nessa ofensa aos direitos humanos, que é a violência contra as mulheres” afirmou Shirley Machado.
O comprometimento das escolas foi tão grande, que algumas delas criaram suas próprias ações, como a Escola Estadual Professora Edite Gomes, que fez um café compartilhado para debater o assunto. “Os alunos se envolveram bastante, as discussões foram riquíssimas”, ressaltou a assistente social. “Muitas escolas estenderam o trabalho por mais dias, foram inúmeras ações que as escolas desenvolveram, gerando uma grande mobilização social”, ressaltou Shirley Machado. O juiz da comarca conclui que é de extrema importância que as novas gerações cresçam com essa nova consciência de respeito e de paz social.
Estudantes mobilizados contra a violência de gênero (TJMG)
A Rede
O grupo é formado por representantes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), do Ministério Público (MP), da Polícia Civil e a Militar, das secretarias municipais de saúde, educação e assistência social, do Centro de Referência da Assistência Social (Cras), do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas), da Vigilância Epidemiológica, Estratégia de Saúde da Família, do Centro de Atenção Psicossocial, do Conselho Tutelar, do Hospital São Vicente, do Coletivo Feminista Flor de Março e da Assessoria Judiciária do Município.
A Rede de Enfrentamento de Violência Contra a Mulher está em pleno funcionamento e vem se reunindo frequentemente e criando ações com a comunidade. O Ministério Público, por meio de um projeto social, garante o acompanhamento formal desse grupo. O Protocolo Municipal de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, criado pela Rede, proporcionou atendimento mais humano e eficiente à mulher vítima de violência. Atualmente existem em torno de 50 casos sendo tratados, de acordo com o Protocolo. “A Rede está propondo novas alternativas para acolher as vítimas e combater a violência contra a mulher”, destacou Cleiton Chiodi.
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(Fonte: TJMG)