Copasa inicia bombardeamento de nuvens para provocar chuva na região da barragem que abastece Montes Claros

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Na manhã desta quinta-feira (11/01/2018) aconteceu o primeiro voo da empresa paulista contratada pela Copasa para induzir chuva na região da barragem de Juramento, responsável por abastecer 65% da população de Montes Claros. A empresa Modclima venceu a licitação em dezembro de 2017 e o custo para quatro meses de operacionalização é R$ 1.291.000. Atualmente, a barragem está com 22% da sua capacidade de volume e o abastecimento da cidade acontece por meio de rodízio a cada 48 horas. No mesmo período do ano passado, a capacidade era de 34%.

O superintendente de Meio Ambiente da Copasa, Nelson Guimarães, explica que o processo de chuva artificial é feito por meio de lançamento de gotículas diretamente nas nuvens mediante pulverização. Um reservatório de 300 litros foi instalado no avião utilizado pela tecnologia junto a quatro aspersores colocados nas asas do avião. O reservatório é abastecido somente no aeroporto de Montes Claros com água potável e não há utilização de produtos químicos na tecnologia.

“Decidimos usar a técnica de indução neste ano em função da situação crítica do nível da barragem. É importante a gente esclarecer que a tecnologia usa nuvens específicas – as chamadas do tipo cumulus e densas, em formato de couve-flor – para a aspersão controlada das gotículas. As gotas naturais das nuvens se juntam as gotas pulverizadas e, assim, ocorre a chuva, sem nenhum tipo de aglutinante químico. No entanto, não há como prever quando nem quanto irá chover”, reforçou o superintendente.

A expectativa é que chova 220 milímetros e que a barragem alcance até 40% da sua capacidade.

Primeiro voo aconteceu por volta das 10h30 (Foto: Leonardo Queiroz/Reprodução G1)

Primeiro voo

O voo aconteceu por volta das 10h30 na região da barragem de Juramento para reconhecimento da área, mas as nuvens não ofereceram condições técnicas para realização da pulverização; até às 11h, não havia chovido na bacia. O avião utilizado na indução das chuvas é o Seneca II, modelo bimotor de fabricação nacional, e chegou a Montes Claros na segunda (8); o último trabalho da aeronave foi na África, em uma plantação.

“Uma estação meteorológica foi montada no aeroporto e duas câmeras de transmissão simultânea foram instaladas a 4 quilômetros da barragem para monitoramento das nuvens e das condições climáticas. Então, o trabalho é feito em análise conjunta de radar e imagens. Uma terceira câmera será instalada na região de Glaucilândia, próximo à barragem”, detalhou Nelson Guimarães.

Piloto e co-pitolo podem voar desde o nascer ao pôr do sol; o voo é feito tanto em condições visuais quanto por instrumento. O plano de voo é aprovado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo, como em qualquer outro voo regular.

Avião utilizado na indução das chuvas é o Seneca II (Foto: Copasa/Divulgação)

Barragem

A barragem de Juramento tem 7 km² de espelho d’água e pode atingir até 30 metros de profundidade quando cheia. A expectativa é que, com a tecnologia, o nível da barragem aumente e reforce o abastecimento da cidade de Montes Claros. A iniciativa favorece a espera pela chegada do próximo período de chuvas previsto para outubro deste ano, a conclusão das obras do Pacuí e a finalização da operacionalização de 30 poços artesianos.

“Mesmo com o uso da tecnologia é importante que a população continue consciente sobre o uso da água; o nível da barragem está muito baixo. A Copasa está fazendo um esforço para buscar alternativas e tecnologias para melhorar as condições do abastecimento de água de Montes Claros. Outro benefício da indução de chuva é o aumento da umidade no solo e na vegetação, que favorece o processo de evaporação, surgindo mais nuvens e chuvas naturais”, reforçou.

Chuvas no entorno

Além de Juramento, o distrito de Pau D’Óleo e as cidades de Glaucilândia e Guaraciama também podem ser beneficiadas com a indução das chuvas. De acordo com o técnico de Meio Ambiente da Copasa, José Ponciano Neto, de julho de 2017 até o início de janeiro deste ano, já choveu na região cerca de 440 milímetros. Esta é a primeira vez que a Copasa contrata uma empresa de indução de chuvas artificiais em Minas Gerais.

Empresa está monitorando as condições na região da barragem (Foto: Leonardo Queiroz/Reprodução)

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(Fonte: G1 Grande Minas / Repórter: Juliana Peixoto)

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