Minas Gerais avança no ranking nacional de criação de peixes

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A piscicultura vem se consolidando uma importante atividade econômica na agropecuária de Minas Gerais. A mais recente prova deste crescimento veio com a divulgação pelo IBGE de que, em 2016, o estado passou a ocupar o sexto lugar no ranking nacional dos maiores criadores de peixes do país. No ano anterior, Minas ocupava o oitavo lugar na lista. Os números fazem parte da Pesquisa Agropecuária Municipal, publicada anualmente pelo instituto.

Em 2016, a produção de peixes em Minas Gerais foi de 32,8 mil toneladas. Um crescimento de 48,4% em relação a 2015, quando o estado produziu 22,1 mil toneladas. De acordo com o IBGE, a produção mineira representa 6,5% do total no país e gerou, no ano passado, R$ 211 milhões.

“Este crescimento estadual vem sido verificado já há algum tempo. Acreditamos que, em breve, Minas Gerais irá ocupar o quarto lugar na lista de maiores criadores, com produção superior a 40 mil toneladas de peixe”, comenta a assessora técnica de Pesca e Piscicultura da Emater-MG, Vanessa Gaudereto.

Ela explica que o aumento verificado na produção mineira é o resultado da maior integração entre criadores e o poder público, como a Emater-MG e as secretarias de Estado. “A participação dos produtores na tomada de decisões vem crescendo. E o Estado busca adequar a legislação à realidade dos produtores para incentivar as criações, como exemplo temos a consulta pública proposta pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente para alteração da Deliberação Normativa (DN) 74 que deverá trazer grandes avanços na legalização da piscicultura em Minas”, comenta a assessora.

Outro ponto destacado por Vanessa Gaudereto é o aumento do número de eventos técnicos e seminários pelo estado, com o objetivo de incentivar a criação, tanto em tanque-rede como em tanque escavado, além dos tanques suspensos, numa parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).

Em todo o país, a criação de peixes de água doce movimentou R$ 3,2 bilhões, com 507 mil toneladas. O estado de Rondônia liderou a produção. A pesquisa do IBGE mostra que a tilápia é o peixe mais criado no Brasil, com 47,1% do total. Em seguida aparece o tambaqui, com 27%.

Em Minas, a tilápia também é a espécie mais cultivada, com 94% do total de peixes produzidos. A Emater-MG estima que existem cerca de 4,6 mil piscicultores no estado, a maioria formada por agricultores familiares.

A tilápia é a espécie mais cultivada em Minas (Divulgação/Emater-MG)

Destaque municipal e trutas

Outro destaque para Minas Gerais no levantamento divulgado pelo IBGE sobre a piscicultura foi a lista dos maiores produtores municipais. Morada Nova de Minas, às margens da represa de Três Marias, aparece em segundo lugar entre os maiores produtores de tilápia do país, com 8,74 mil toneladas, somente atrás do município de Orós (CE) na produção da espécie. Os números da despesca em 2016 no município também colocaram Morada Nova de Minas no quarto lugar entre os maiores criadores gerais de peixe do Brasil.

Segundo Vanessa Gaudereto, a região favorece o crescimento da atividade por causa da boa qualidade da água, clima, da equipe de técnicos da Emater-MG presente na região, e do apoio da Diretoria de Aquacultura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “Mas principalmente pelo grande interesse dos produtores locais em investir na piscicultura e de se organizarem em prol da atividade”, afirma.

A produção de truta também teve grande destaque no estado. Minas liderou o ranking de maior produtor da espécie no país, alcançando 888 toneladas. A região da Serra da Mantiqueira é um importante polo produtor.

“A truta se adaptou muito bem à região por causa das temperaturas mais baixas e da boa qualidade da água, que precisa ser cristalina e fria. O relevo da serra, com muitas rochas e corredeiras, garante a boa oxigenação necessária. Outra característica é que as criações ocupam pequenos espaços na propriedade”, afirma a assessora da Emater-MG.

A Emater-MG desenvolve uma série de trabalhos com piscicultores do estado. As ações da empresa consistem em auxiliar na organização da cadeia produtiva, no manejo sustentável da atividade econômica e dos campos da produção.

A empresa também presta assistência no acesso ao crédito e às demais políticas públicas e parcerias privadas que garantam o crescimento e desenvolvimento da atividade em nosso estado.

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