O estoque privado de café da safra 2016 atingiu 9,86 milhões de sacas, volume 27,4% inferior ao contabilizado no levantamento do final da safra 2015, de 13,59 milhões de sacas. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, disse que os números são preocupantes. Segundo ele, o estoque somado à safra do ano deverá garantir um abastecimento apertado dos mercados interno e externo, o que poderá resultar no aumento de preço do produto. “Não significa falta de café, que é um fenômeno raro, mas pode significar um mercado onde a oferta seja curta”, avaliou.
Segundo a Conab, o tipo arábica corresponde a 90% do total do estoque privado de café da safra 2016, com 8,87 milhões de sacas. O café conilon representa apenas 10% do total, com 994,8 mil sacas. A Região Sudeste, líder na produção nacional, é responsável por 90,7% do estoque total brasileiro na safra 2016.
Os dados referem-se aos estoques em 31 de março, data que antecede a nova safra, de 2017, e foram fornecidos espontaneamente por produtores de todo o país. A pesquisa é realizada anualmente. Neste ano, foram consultados 931 armazenadores, responsáveis por 1.495 armazéns participantes.
A última estimativa da safra de café de 2017, divulgada pela Conab em maio, mostra que são esperados aproximadamente 45,6 milhões de sacas no ano, valor inferior ao de 2016, quando a safra foi de 51,37 milhões de sacas.
De acordo com Herszkowicz, o mercado trabalha com uma demanda de 52 milhões de sacas anuais: 32 milhões para exportação e 21 milhões para o mercado interno. Em 2017, caso seja confirmada a expectativa de safra, a produção mais o estoque deverão somar cerca de 55,5 milhões de sacas para abastecer esses mercados. A queda se deu, segundo o diretor executivo da Abic, devido ao clima seco.
Café conilon
O setor está preocupado especialmente com o café conilon, o mais popular no mercado interno, e o que mais sofreu com a seca dos dois últimos anos. Os cafés vendidos nos supermercados geralmente são uma mistura de conilon e arábica, esta última uma espécie mais suave com variações que permitem a produção dos cafés gourmet, mais refinados.
A produção do café conilon está estimada em 10,1 milhões sacas em 2017. O estoque privado em 2016 foi o menor entre as espécies, com 994,8 mil sacas. “Mesmo sabendo que a colheita do café conilon deve ser um pouco melhor, fica o receio de que oferta fique apertada durante todo o período, até a próxima safra”, disse Herszkowicz.
VER PRIMEIRO
Receba as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão. Clique em curtir no endereço www.facebook.com/aconteceunovale ou no box abaixo:
(Fonte: Agência Brasil)