Produção agropecuária e o meio ambiente – Alexandre Sylvio

0

A Embrapa realizou um estudo com os dados das propriedades rurais que já efetivaram o cadastro ambiental rural no Brasil. Uma análise mais detalhada foi realizada com os dados do Estado do Mato Grosso, onde a grande maioria dos produtores rurais já realizaram o cadastramento e um fato muito interessante foi observado. O Estado possui 19% do total de suas terras protegidas por unidades de conservação e terras indígenas. Como o Estado do Mato Grosso possui 900 mil quilômetros quadrados, podemos afirmar que estas áreas protegidas possuem aproximadamente 170 mil quilômetros quadrados. Somente estes valores percentuais colocam o Estado na frente de vários países como Austrália, China, Argentina, Rússia e o Canadá. Mas, a parte mais interessante está no cadastro dos imóveis rurais do Estado. O estudo mostrou que mais de 29% do território do Mato Grosso está preservado dentro das propriedades rurais, em suas reservas legais e áreas de proteção permanente. Considerando a vegetação excedente, fora das áreas de proteção, mas dentro da propriedade rural e as áreas alagadas este percentual sobre para 36%, ou seja, 324 mil quilômetros quadrados de território mato-grossense estão protegidos dentro das propriedades rurais. Somando-se todas as áreas, 55% de todo Estado está protegido, apresentando áreas nativas. Mesmo com este elevado índice de proteção ambiental, o Estado do Mato Grosso é o maior produtor brasileiro de grãos com uma safra prevista para 2016/17 de 53 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento, a CONAB além de 50 milhões de toneladas de cana de açúcar, 30 milhões de cabeças de gado, dentre outras produções agropecuárias.

Estes dados mostram que nem tudo está perdido e que o agronegócio e a agropecuária como um todo pode trabalhar de forma harmoniosa com o meio ambiente. O desmatamento ilegal para avanço de áreas agropecuárias não são necessárias e o produtor rural (parte deles) já se conscientizaram de que com o uso da tecnologia a sua produtividade aumenta sem precisar derrubar mais uma árvore sequer. A própria fiscalização, por exemplo, pune os frigoríficos que compram animais de propriedades que realizam desmatamento ilegal.

Somente em fevereiro o saldo positivo da balança comercial brasileira em relação ao agronegócio foi de quase cinco bilhões de reais. O Mato Grosso nos mostra que é possível compatibilizar desenvolvimento social e econômico com preservação ambiental e respeito às leis. Agora, vamos aguardar e verificar como estão se comportando os produtores rurais dos demais estados do país.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?



– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui