O total de notificações para febre amarela em municípios mineiros chegou a 1.124 casos. Deste total, 398 já foram descartados e 376, confirmados. Os números constam no novo boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), divulgado hoje (29).
A confirmação ocorre quando o paciente apresenta exame positivo para febre amarela, sintomas compatíveis com a doença, exame negativo para dengue e falta ou desconhecimento sobre vacinação. Ao todo, 57 cidades já tiveram transmissão da doença confirmada e 97 registram casos suspeitos.
Ainda segundo o levantamento, 137 mortes em decorrência da doença foram confirmadas e 64 estão sendo investigadas. O atual surto é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Até então, a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas em todo país.
A SES-MG anunciou que os boletins serão agora divulgados apenas uma vez por semana, sempre às quartas-feiras. Antes, os informes eram publicados às terças e sextas-feiras. A justicativa para a mudança foi a “redução signicativa do número de casos notificados diariamente”.
A febre amarela atinge humanos e macacos e é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, o vírus é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus Zika e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, nenhum dos casos em Minas Gerais é considerado urbano.
Capital
Há duas semanas, a região metropolitana de Belo Horizonte confirmou o primeiro caso de febre amarela. A vítima era do município de Esmeraldas (MG) e morreu em decorrência da doença. A capital mineira não tem, até o momento, nenhuma notificação de infecção em humanos. A Secretaria Municipal de Saúde confirma, porém, que três macacos encontrados mortos já tiveram exames positivos para a doença. A análise de mais 11 animais apresentou resultados negativos e há ainda 20 casos em investigação.
A prefeitura de Belo Horizonte adotou algumas ações para evitar a infecção de humanos, entre elas a interdição de áreas verdes como os parques Jacques Cousteau, das Mangabeiras e da Serra do Curral. Além disso, houve reforço na vacinação e foram criados cinco postos extras de atendimento. Até agora, 620 mil moradores da capital foram imunizados.
Outras doenças
Na semana passada, a SES-MG anunciou o lançamento de uma nova campanha de combate ao Aedes aegypti. Além de ajudar a evitar o início da transmissão urbana da febre amarela, a campanha tem o objetivo de controlar o avanço das demais doenças cujo vetor é o mosquito.
O quadro da febre chikungunya é preocupante. De acordo com o boletim divulgado hoje (29), já são 4.852 notificações este ano em todo o estado, números que superam em mais de nove vezes os 500 registros de todo o ano passado. O levantamento, porém, não diz quantas notificações são casos confirmados e quantas ainda são apenas suspeitas. Duas possíveis mortes por febre chikungunya em Minas Gerais estão sob investigação.
A dengue e o vírus Zika, por outro lado, têm apresentado um número de vítimas mais baixo em comparação com os primeiros meses do ano passado. De acordo com o boletim, Minas Gerais registrou até hoje 17.706 notificações para a dengue. Uma morte pela doença foi confirmada e 39 estão em investigação. Entre janeiro e março do ano passado, foram 357.711 notificações.
Em relação ao vírus Zika, o levantamento mostra 370 notificações neste ano. No ano passado, no fim de março, os casos confirmados e suspeitos da doença somavam 10.677. O levantamento da Secretaria de Saúde de Minas Gerais registra seis casos confirmados da doença em mulheres grávidas – três na capital mineira e três no interior.
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(Fonte: Agência Brasil)