A infantolatria é a consequência de permitir que a criança assuma o centro das atenções e passe a comandar a rotina dá família. E normal que o nascimento de um filho promova mudanças na rotina da família e ate completar certa idade, este seja o centro das atenções. O problema surge, quando os pais permitem que essa criança permaneça nesse lugar por um longo período, modificando toda a vida do casal, justificando esse ato pelo amor incondicional que têm pelo filho.
O termo e novo, mas o ato de amar exageradamente os filhos, colocando-os em um lugar no qual são intocáveis, superprotegendo-o, fazendo de tudo para que a criança não seja frustrada, portanto, não sofra, não é. Para tanto, os pais realizam todos os desejos dos filhos, dos mais simples, como sempre permitir que a criança escolha canal de TV que a família vai assistir, até situação mais graves quando a criança decide sobre situações que deveriam ser responsabilidade dos adultos.
O fato de idolatrar a criança, permitindo que ela faça tudo que desejar pode ter impactos muito negativos na constituição psíquica dela, fazendo com que está se torne um adulto narcisista, com baixa capacidade para lidar com frustração. Essa dificuldade para lidar com situações adversas pode aumentar as chances de depressão no futuro. Além do mais, uma criança que não aprendeu a ter limites, cresceu acreditando que pode tudo terá dificuldades para estabelecer relações interpessoais. Outro ponto negativo é que ao chegar à idade adulta, esse filho cobrará os pais. Ele olhará ao redor e verá outras pessoas se realizando independentemente dele. A criança que acha que o mundo tem que parar para ela passar não consegue imaginar isso acontecendo e não está preparada para lidar com a mínima das frustrações. Em algum ponto, acusará os pais de terem sido omissos.
Além de todas as complicações causadas pela infantolatria na vida dos filhos, ela prejudica – e muito – o casal que a promove. Na relação saudável, o casal continua sendo o mais importante na família mesmo com a chegada da criança. Se os pais mantêm o filho no centro por mais tempo do que o necessário, acabarão se afastando.
Sendo assim, ressalta-se a importância de estabelecer um marco claro entre o amor que tem pelo filho e a necessidade de ensina-lo a ter limites, o que não implica em dizer que a criança nunca será ouvida, ou jamais poderá opinar sobre a escolha de alguma coisa, mas é preciso ter clareza de que nem sempre o desejo dá criança será acatado, pois ela precisa entender que ‘querer não é poder’. Com essa postura os pais estarão contribuindo para a saúde mental das crianças, favorecendo seu desenvolvimento saudável, logo essa criança se tornará um adulto que melhor se adapta às demandas do mundo moderno.
Nilberto Antônio
Nilberto Antônio Gonçalves, psicólogo clínico com ênfase em atendimento de crianças especiais. Trabalha com Orientação Profissional. Psicólogo do Projeto Responsabilidade na Infância e Adolescência – RIA do Centro Social Mali Martin. Atua voluntariamente na Associação Amar e Renascer – Aamar (Instituição para tratamento de dependentes químicos) de Itamarandiba.
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