Morcegos-vampiros sul-americanos, que antes bebiam sangue de aves, começaram a atacar pessoas em busca do líquido vermelho, embora não faça parte dos hábitos do mamífero. Eis o que aponta um artigo publicado no jornal Acta Chiropterologica.
Cientistas se surpreenderam ao descobrir a façanha dos voadores. Essa espécie de quirópteros não se alimenta de sangue de mamíferos. Parece que os morcegos estão se adaptando às mudanças habitacionais, usando novas fontes de alimento. Estamos entrevistando os habitantes da região para saber se eles são mordidos com frequência por morcegos-vampiros e onde isso geralmente acontece, conta Enrico Berdard, da Universidade Federal de Pernambuco, em Recife.
Os rumores sobre alegado surgimento de vampiros que estão atacando os moradores dos arredores do parque nacional do Catimbau, no nordeste do Brasil, causaram preocupação dos cientistas e os incentivaram a ir atrás de esclarecimento. Foi realizada uma busca por morcegos em florestas e em locais onde eles pernoitariam.
Morcegos passam a beber sangue humano (Foto: East News/UIG/Auscape/Reprodução Sputnik)
Berdard revela que, nessa região do Brasil, vive uma espécie de morcegos-vampiros de grande tamanho, Diphylla ecaudata, que chega a pesar 22 g e a medir 8 cm. Estes animais se alimentam exclusivamente de sangue de aves, raramente atacam gado e não têm medo do homem.
Foram recolhidas amostras das fezes do animal, onde pode ser encontrado o DNA das vítimas. O exame ajudou a desvendar quais animais estão sendo atacados pelo vampiro nos últimos dias e semanas.
Em 3 das 15 amostras de excrementos, foram encontrados traços do DNA humano. Sendo assim, os rumores de que morcegos-vampiros realmente passaram a beber sangue de pessoas foram confirmados.
De acordo com Berdard, se antes morcegos evitavam contato com o homem, a realidade mudou devido à necessidade de sobrevivência. Os cientistas acreditam que a situação enfrentada pelos morcegos da região do parque de Catimbau é tão drástica, que resolveram atacar pessoas.
Os cientistas recomendam que os moradores da região brasileira não durmam em redes e instalem telas protetoras nas janelas de suas casas.
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(Fonte: Agência Sputnik Brasil)