Plantonista do hospital de Minas Novas alerta população para a falta de soro antiofídico

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O médico Túlio Pereira Júnior, plantonista do Hospital Doutor Badaró Júnior, em Minas Novas enviou nota ao Aconteceu no Vale na noite desta sexta-feira (16/12/2016) para alertar a população minasnovense e de municípios circunvizinhos sobre a falta de soro para tratamento de vítimas de acidentes com animais peçonhentos.

“Para fins de transparência e alerta à população de todo o nosso Vale. Atualmente estamos passando por um desabastecimento de soro antiofídico (antibotrópico e anticrotálico) e antiescorpiônico. Os soros antivenenos são fornecidos ao Ministério da Saúde pelos laboratórios produtores oficiais brasileiros como o Instituto Butantan, Instituto Vital Brazil (IVB), Fundação Ezequiel Dias (Funed) e Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI).

A superintendência não nos informou a causa do desabastecimento. Para nos deixarem pasmados pela falta de competência dos setores responsáveis, eles tomaram as seguintes medidas:

Mudaram os protocolos para que sejam consumidas menos ampolas por paciente, ou seja, determinaram que devemos usar menos soro para cada acidente por animal peçonhento. Não informaram nenhum critério científico para esta redução, desta forma os pacientes podem não receber a quantidade necessária para seu tratamento.

Dificultaram o acesso ao soro. Todos os hospitais (Minas Novas, Turmalina e Capelinha) de nossa microrregião (municípios: Minas Novas, Capelinha, Turmalina, Chapada do Norte, Angelândia, Veredinha, Leme do Prado e José Gonçalves de Minas) sempre contaram com pequenos estoques de soro, para atender pelo menos um caso grave, agora centralizaram o estoque de soro antiofídico, desta forma deveríamos encaminhar todos os casos para o Hospital de Turmalina. O problema que não estão disponibilizando soro para aquele serviço. Na última semana atendi um adolescente de Minas Novas, encaminhei o caso imediatamente para o Hospital de Turmalina, todavia o estoque disponível apenas compreendia um décimo da dose necessária para o tratamento do paciente.

Trocaram a finalidade dos soros. A Superintendência determinou que: devido a falta de soro antiescorpiônico é para ser utilizada soro antiaracnídico, ou seja, se picado por escorpião vamos utilizar soro para tratamento de picada por aranha.

Considerando que estamos na época de maior frequência de acidentes causados por escorpião, e que esta é uma causa muito frequente de óbito em crianças, mesmo que receberam o soro adequado na dose adequada, para mim este é o anúncio de uma tragédia.

Solicito que desta forma, a população tenha conhecimento da situação.”, diz o texto enviado ao Aconteceu no Vale.

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