Pelo menos dois mineiros que trabalhavam no Chapecoense embarcaram no avião que transportava o elenco do time para a Colômbia, onde jogariam a final da Copa Sul-Americana, e estariam entre os mortos da tragédia. O zagueiro Marcelo Mathias era de Juiz de Fora, na Zona da Mata. Ele começou nas categorias de base do Macaé, foi para o Volta Redonda, depois para o Cianorte, do Paraná e, em 2014, foi contratado pelo Flamengo. Ele chegou ao Chapecoense para a temporada 2016.
O segundo mineiro na lista de passageiros é o preparador de goleiros Anderson Roberto Martins, conhecido pelos colegas como Anderson Boião. Ele era de Pirapora, no norte de Minas, e estava no Chapecoense desde 2008.
Marcelo Mathias e Anderson Boião (Foto: Reprodução)
Zagueiro Demerson escapa do acidente
No meio de toda tristeza e comoção provocada pelo acidente com a equipe da Chapecoense, a família do zagueiro Demerson, que mora Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, está aliviada. O mineiro de BH, de 30 anos, que joga pelo clube, seria escalado para a partida, mas o técnico optou, de última hora, por levar o também mineiro Marcelo.
Os parentes do jogador só conseguiram contato com ele no início da manhã desta terça-feira (29). Isabella Costa, irmão de Demerson, contou que ele estava em estado de choque com a notícia e que ele estava com dificuldades para falar. “Ele me dizia que estava tremendo o tempo inteiro e que estava passando mal. Ele está extremamente abalado por causa dos amigos que ele perdeu e pelo sentimento de que ele poderia estar dentro do avião.”, disse Isabella.
De acordo com a família, Caio Júnior, o técnico da Chapecó que está entre os mortos na tragédia, estava em dúvida quanto à escalação da defesa da equipe. Márcio Costa, pai de Demerson, disse que até horas antes da partida da delegação, o técnico ainda especulava entre convocação de Demerson ou de Marcelo Mathias. “O técnico estava por decidir entre os dois e no final da noite ele optou por leva o Marcelo. O Demerson ligou pra gente, ele estava chateado. Nós também ficamos chateados, pois, automaticamente, era uma decisão.”, disse Márcio.
O zagueiro Demerson não estava no avião (Foto: Divulgação)
A tragédia
O voo que transportava a equipe da Chapecoense partiu na noite de segunda-feira de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, em direção a Medellín. Segundo a imprensa local, a aeronave perdeu contato com a torre de controle às 22h15 (local, 1h15 de Brasília), entre as cidades de La Ceja e Abejorral, e caiu ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín.
O Comitê de Operação de Emergência (COE) e a gerência do aeroporto informaram que a aeronave se declarou em emergência por falha técnica às 22h (local) entre as cidades de Ceja e La Unión.
O diretor da Aeronáutica Civil, Alfredo Bocanegra, explicou à Rádio Nacional da Colômbia que, embora chovesse e houvesse neblina na região, o aeroporto Rionegro estava operando normalmente. Segundo ele, aparentemente foram falhas elétricas que causaram o acidente. O piloto relatou problemas à torre de controle do aeroporto de Santa Cruz, na Bolívia.
Mais cedo, a imprensa colombiana chegou a cogitar como causa a falta de combustível, mas também informou que o piloto despejou combustível após perceber que o avião iria cair.
Avião transportava delegação da Chapecoense (Foto: Reprodução/Twitter)
(Fonte: R7 e G1)