O discurso do Cruzeiro ao longo da semana era de que o time jogaria para vencer o Internacional na tarde deste domingo (27/11/2016), no Beira-Rio, pela 37ª rodada do Campeonato Brasileiro. De fato, a equipe comandada pelo técnico Mano Menezes criou oportunidades de gol tanto no primeiro quanto no segundo tempo, mesmo sem apresentar futebol brilhante. Só que os erros nas conclusões custaram caro. E o Inter, desesperado na luta contra o rebaixamento, foi agraciado com a individualidade de Valdívia, acionado no decorrer da etapa final, para ganhar sobrevida no Campeonato Brasileiro. Aos 30min do segundo tempo, o carismático meio-campista driblou Lucas Romero e Alisson, levou a bola em direção à meia-lua e bateu colocado para fazer o gol da vitória dos gaúchos: 1 a 0. Mais de 28 mil torcedores colorados compareceram ao estádio para empurrar o clube rumo à permanência na Série A.
O revés fora de casa fez o Cruzeiro descer para o 13º lugar no Brasileiro, com 48 pontos. O São Paulo, que venceu o Atlético de virada por 2 a 1, no Independência, alcançou a 12ª posição, com 49. O time celeste ainda pode ser superado pelo Coritiba, que enfrenta o Vitória nesta segunda-feira, às 20h, no Couto Pereira. Se isso acontecer, os mineiros ficarão fora da zona de classificação para a Copa Sul-Americana e serão obrigados a vencer o Corinthians na última rodada, além de torcer por combinação de resultados. A Raposa receberá o Timão às 17h do próximo domingo, no Mineirão.
Na 17ª posição, o Internacional também estará de olho no confronto Coritiba x Vitória. Para o Colorado, o triunfo dos paranaenses sobre os baianos é o único resultado que interessa. Só assim as equipes permaneceriam empatadas com 42 pontos, e o Inter teria oportunidade de escapar da queda na última rodada, diante do Fluminense, no Maracanã. Essa partida acontecerá no próximo domingo, às 17h. No mesmo dia e horário, o Vitória receberá o campeão Palmeiras, no Barradão, em Salvador.
Valdívia marcou o único gol da partida (Foto: Divulgação/Internacional)
O jogo
O clima no Beira-Rio era tenso. Temerosa com a grande possibilidade de ver o clube do coração cair para a Segunda Divisão, a torcida do Internacional levou sinalizadores para o estádio. E a cortina de fumaça que subiu na arena fez a partida ser paralisada por dois minutos. Assim que a bola voltou a rolar, o Inter partiu para o abafa e tentou acuar o Cruzeiro. Mas faltou criatividade. Insistente em cruzamentos para a área, o Colorado assustou nesse tipo de lance somente aos 12min, em cabeçada de Rodrigo Dourado. No mais, as bolas foram facilmente cortadas pela defesa celeste.
Depois de sustentar a pressão, o Cruzeiro ganhou confiança para atacar. A saída ela explorar o lado esquerdo da defesa do Inter, fragilizado em função do nervosismo de Geferson. Nas costas do lateral adversário, Ezequiel tabelou com Willian, que escorou para Rafael Sobis. A batida forte com o pé direito levou perigo a Danilo Fernandes. No minuto seguinte, Willian recebeu passe em profundidade nas costas de Geferson, mas preferiu driblar a chutar e perdeu a bola. Foi a chance mais clara da Raposa na etapa inicial.
O técnico colorado Lisca viu que não teria condições de manter Geferson. Assim, ele recuou Alex para a lateral esquerda e promoveu a entrada de Vitinho. Apesar de continuar dessintonizado, o time gaúcho levou perigo aos 38min, em cobrança de falta de Alex. Rafael saltou no ângulo, espalmou para escanteio e garantiu o 0 a 0 para o intervalo.
Na volta para o segundo tempo, Mano Menezes trocou Bryan, amarelado, por Edimar. Nos cinco primeiros minutos, Alisson e Rafael Sobis chegaram bem ao ataque e exigiram defesas importantes de Danilo Fernandes. A partir dali, o jogo ficou monótono. O Internacional, que tinha mais posse de bola, esbarrava nas próprias limitações. O Cruzeiro, por sua vez, tentava se defender, porém não encaixava contra-ataques. Mano tentou mudar o panorama da partida colocando Marcos Vinícius e Ábila nos lugares de Willian e Ariel Cabral, mas nada de produtivo foi feito.
Se o coletivo não funcionava, o individual passou a ser determinante. Sorte de Lisca, que tinha Valdívia no banco de reservas do Inter. Acionado aos 14min da etapa final, o talentoso meio-campista de 22 anos fez bela jogada aos 30min. Ele passou por Alisson e Lucas Romero, levou a bola para perto da meia-lua e bateu colocado na gaveta, sem chances para Rafael: 1 a 0. O time gaúcho, que continua a depender de outros resultados na luta contra o rebaixamento, contou com a sorte em três lances. Aos 40min, Robinho recebeu de Alisson e, da marca do pênalti, bateu por cima. Já aos 44min, Marcos Vinícius tocou para Ábila, que bateu de primeira em direção à linha de fundo. Por fim, nos acréscimos, os cruzeirenses reclamaram um suposto pênalti cometido pelo meia Alex – a bola teria batido na mão do jogador –, mas o árbitro Marcelo Aparecido de Souza ignorou os protestos, não assinalou a falta e ainda expulsou Mano Menezes por reclamação.
(Fonte: Super Esportes/Rafael Arruda)