O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e as Polícias Civil e Militar, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagraram na noite de ontem, 23 de novembro, a operação Espórtula, que busca desvelar um esquema criminoso instalado na administração pública de municípios da região do Vale do Aço.
Foram presas a secretária de Fazenda do município de Timóteo e uma sobrinha. Esta última foi flagrada no momento em que recebia de um empresário a quantia de R$ 2,5 mil, exigida para facilitar o recebimento dos créditos devidos a ele pelo município.
Conforme as investigações, pelo menos um núcleo criminoso operava o esquema de dentro da administração de Timóteo. Agentes públicos e terceiros se utilizavam de informações privilegiadas conferidas pelos cargos ocupados para extorquir empresários. As verbas que eram devidas pelo município, pelos serviços prestados, só eram pagas mediante a entrega de “gorjetas” para o grupo criminoso.
Segundo o Gaeco, a sobrinha da secretária de Fazenda atuava a mando da tia, que possuía informações privilegiadas em razão do cargo que ocupa. A verba apreendida era exigida continuadamente desde o dia anterior para que o empresário pudesse receber pelos serviços prestados à prefeitura.
Espórtula
O nome da operação faz alusão ao crime de concussão, que consiste em um agente público exigir vantagem indevida, para si ou para outra pessoa, de forma direta ou indireta, mesmo fora da função pública ou até antes de assumi-la, mas desde que o faça em razão da função.
O Gaeco continua apurando possível envolvimento de outros agentes públicos e de demais danos à administração pública.
Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Timóteo destacou que, por medida de prevenção, exonerou do cargo a servidora investigada. A Prefeitura afirma ainda que não tinha conhecimento sobre o caso.
Funcionários tinham informações privilegiadas das contas do município (Foto: Divulgação/PMT)
(Fonte: MPMG)
