PRF faz campanha nacional em apoio a crianças com câncer

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Em 23 estados do Brasil, pelos menos 3 mil policiais rodoviários federais participam ao longo da semana de atividades do projeto Policiais contra o Câncer Infantil. A iniciativa surgiu em 2014 com o objetivo de marcar a data 23 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil.

Em Brasília, as ações começaram nesta segunda-feira (21) com a visita de crianças com câncer e outras doenças raras à sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Logo cedo, um grupo de 88 pessoas, entre crianças, voluntários e pacientes, saiu pelas ruas de Brasília em um ônibus escoltado por policiais e seguiu até a sede da PRF.

As crianças puderam passear nas viaturas, entrar no helicóptero, conhecer a ambulância de atendimento emergencial, brincar ao som das sirenes, assistir a uma apresentação de teatro e ainda chegar bem perto de cães farejadores. Essa foi a parte preferida de Armando Silva, 6 anos. “Achei muito legal, eu nunca tinha visto um cachorro desse tamanho. Eu jogo, ele pega”, disse Armando enquanto jogava um objeto para o cão farejador.

Armando tem uma imunodeficiência rara e precisa de transplante de medula. Ele é de Cantá, cidade do interior de Roraima e há três anos faz o tratamento pela rede pública do Distrito Federal. Junto com sua mãe, Deydiane Silva, 29 anos, ele passa meses em Brasília e apenas alguns dias na terra natal. “Pra gente isso aqui é uma distração muito grande, porque a vida do hospital é muito desgastante. É estressante, até a medicação para ele tomar às vezes é uma tortura e, hoje, por causa da atividade, ele tomou e nem lembrou que era remédio”, contou a mãe.

Outra atividade que encantou as crianças foi o corte de cabelo de alguns policiais, que, em solidariedade aos pequenos pacientes, decidiram raspar a cabeça. “Essa interação com as crianças humaniza a atividade policial. Vamos raspar a cabeça para que elas se sintam parecidas com a gente. Para as crianças, os policias têm uma imagem de herói. Então, a gente dá a nossa imagem de herói para que elas acreditem que podem vencer e enfrentar o que elas têm sofrido”, afirmou o policial Igor de Carvalho Ramos.

Para José Teógenes Abreu, presidente da Comissão Regional de Direitos Humanos da PRF no DF, o principal resultado é a aproximação da PRF nas comunidades. “Nós que trabalhamos com armas, nosso uniforme muitas vezes afugenta as pessoas. É preciso que nos momentos em que não estamos em operações, a gente se misture, a gente se aproxime da comunidade e faça esse convite, para que a comunidade conheça melhor o nosso trabalho e possa respeitar, não precisa temer. Tem essa finalidade social”, destacou.

Armando Silva brincou com os cães farejadores (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Desafios da assistência

As crianças que participaram da atividade em Brasília são assistidas pela Abrace, associação responsável pela assistência e apoio aos pacientes e seus parentes na capital federal. Atualmente, cerca de 6 mil pessoas, considerando as crianças com seus parentes, são acompanhadas pela ONG desde o diagnóstico até o tratamento.

“Este é um momento maravilhoso, porque é uma coisa muito distante da realidade desses meninos. Eles nunca viram um helicóptero pousar tão pertinho deles nem a apresentação dos cães. Tivemos também o corte de cabelos dos policiais, para que essa criança se sinta empoderada, se sinta igual ao policial. Então é um momento em que a criança vai esquecer que ela é um paciente. Isso faz muito bem para o tratamento de doenças tão complexas como o câncer”, afirmou Ilda Peliz, presidenta da Abrace.

Entre as ações de apoio feitas pela Abrace estão a melhora da residência familiar, doação de alimentos e medicamentos, ajuda na realização de exames e o suporte dentro do hospital por meio dos voluntários. A ação dos policiais chega em um momento oportuno para a associação. “A principal dificuldade é financeira. Vivemos de doações, não temos ajuda governamental e essa crise afetou nossa arrecadação, muita gente deixou de doar ou diminuiu valor, então temos diminuído algumas obras”, contou Ilda.

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) estima que em 2016 e 2017 o câncer infantil deve atingir aproximadamente 12,6 mil crianças no Brasil, principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste. Os linfomas no sistema linfático, no sistema nervoso central e as leucemias são as ocorrências de câncer mais frequentes na infância e na adolescência. O diagnóstico precoce e o acesso ao tratamento especializado garantem a cura em pelo menos 70% dos casos, segundo o Inca.

Crianças raspam os cabelos de policiais rodoviários (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

(Fonte: Agência Brasil)

1 COMENTÁRIO

  1. É de grande importância a convivência das crianças com câncer viver essa experiência fora de suas rotinas de tratamento e principalmente na presença de pessoas tão importante como esses policiais, essas diversões elas devem ter,sempre, e faz em para seus tratamentos, a felicidade dessa criança segurando esse cão farejador, essa menina cortando o cabelo de um policial tudo isso é diferente para eles porque até então elas não sabiam que poderiam fazer nada do que estão fazendo, ver um helicóptero pousar perto delas, eu posso imaginar tanta alegria de todas elas, isso é muito bom e faz bem para o tratamento delas, as fazem sentir um pouco alguém sem doença, sem tratamento, nesse momento para elas é como se fosse um dia diferente dos outros.

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