Minas Gerais sustenta a segunda colocação no ranking nacional, atrás de São Paulo, na produção do limão. O fruto é cultivado em diferentes regiões do estado, mas o Norte de Minas vem sustentando a primeira colocação entre as principais regiões produtoras mineiras. O bom desempenho vem dos produtores do Projeto de Irrigação do Jaíba.
O projeto, localizado nos municípios de Jaíba e Matias Cardoso, uma parceria entre Codevasf e Ruralminas, é responsável por cerca de 70% da produção estadual, ultrapassando 90 mil toneladas da fruta e está conquistando cada vez mais o mercado externo. O Jaíba cumpre o objetivo de promover o desenvolvimento regional integrado com base na agricultura irrigada, agroindústria e agropecuária.
O maior projeto de agricultura irrigada da América Latina ocupa uma área total irrigável de 107,6 mil hectares. Na etapa I do Jaíba, a área irrigável é de 24.752 hectares e a área ocupada é 23.061.
Mais da metade da área do perímetro é destinada à fruticultura, com destaque para a produção de limão.
Hoje, cerca de 40% da produção da fruta cítrica é direcionada à exportação, sendo que 4.000 toneladas foram exportadas em 2016, e os produtores têm meta de aumentar a venda externa em 25% ainda este ano.
“Nós produzimos limão, manga e banana na cidade de Matias Cardoso. O limão virou o ‘queridinho’ da exportação. Em uma produção de 2 mil toneladas por ano, conseguimos exportar 800 toneladas – o que significa 40 % de tudo que produzimos. O limão está chegando a países da União Europeia, como Holanda, Alemanha, Inglaterra e também do Oriente Médio”, destaca Cláudio Dykstra, membro da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim).
A irrigação do Jaíba é um dos mais importantes empreendimentos agrícolas do Brasil e uma nova fronteira do agronegócio. Além do limão, a manga é uma realidade na exportação na região. Cerca de 15% da produção ou 2.300 toneladas são enviadas ao exterior.
A meta é diversificar a pauta. “O objetivo é aumentar a exportação. Vamos iniciar o planejamento do manejo da banana prata. Estamos trabalhando para melhorar a qualidade do limão trabalhando no processo da cultura, investindo em adubação, condução da lavoura, em tecnologias de modo geral”, completa o produtor.
A área do Jaíba II tem 19.276 hectares, dos quais 14 mil hectares estão em produção. Nela atuam médios e grandes produtores, contemplando 55 empresários, com 684 lotes.
Produção de limão no Jaíba (Foto: Divulgação)
Emater
A Emater-MG atua no Projeto Jaíba com muita intensidade na cultura do limão, pois Minas Gerais é responsável por uma produção que ultrapassa 90 mil toneladas anuais. A boa produção é representada pelo bom desempenho dos municípios de Jaíba, com 39,5%, e Matias Cardoso, com 31,3% da produção mineira, respectivamente.
Com um público atendido de 561 agricultores familiares, em uma área plantada de 1.146 hectares, a assistência técnica no sistema de produção e comercialização dos produtos oferecida pela Emater é fundamental para a dinamização do Projeto Jaíba. Os produtores assistidos comercializam a fruticultura em entrepostos como Ceanorte, Ceasa-MG, supermercados e sacolões, bem como em mercados institucionais como PAA e PNAE.
IMA
As atividades do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) no Projeto de Irrigação do Jaíba englobam ações defesa sanitária vegetal relacionadas com fiscalização da Certificação Fitossanitária de Origem, fiscalização do trânsito de vegetais, levantamentos fitossanitários, coleta de amostras de vegetais para análise laboratorial a fim de verificar a presença de pragas.
Também é realizada a fiscalização do vazio sanitário de algodão, fiscalização da comercialização e utilização de agrotóxicos e afins. A coleta de amostra de produtos agrícolas para verificar ocorrência de resíduos de agrotóxicos é feita regularmente.
A fiscalização do comércio de sementes e mudas e coleta de amostras de sementes para análise laboratorial para verificar a qualidade desses produtos disponibilizados aos produtores rurais também são executadas pelo IMA.
Com o incremento dessas ações os produtos agrícolas produzidos na região alcançam maior qualidade e têm possibilidade de abertura de novos mercados, tanto o nacional como internacional.
De acordo com o IMA, o trabalho é todo realizado pelos fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e fiscais assistentes lotados na Coordenadoria Regional, localizada em Janaúba, e por servidores do escritório seccional de Jaíba.
(Agência Minas)