Revezamento da Tocha Olímpica agita Couto de Magalhães de Minas, no Vale do Jequitinhonha

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A menor cidade em número de habitantes entre as mais de 30 que integram o Tour da Tocha Olímpica por Minas Gerais – são 4.412 moradores segundo estimativa do IBGE –, a pacata Couto de Magalhães de Minas amanheceu diferente nesta terça-feira (10/5). O município estava na rota do quarto dia de revezamento do símbolo olímpico pelo território mineiro que, antes, já havia passado por Bocaiuva.

Desde cedo a população foi às ruas e agitou a pequena localidade, que é a porta de entrada do revezamento nos Caminhos dos Diamantes. Inúmeras pessoas de cidades vizinhas também foram até Couto de Magalhães para presenciar o momento histórico. Idosos, jovens, adultos e crianças fizeram uma bela festa para receber a tão aguardada chama olímpica.

Quem caminhava com olhar desconfiado para a grande movimentação na praça Bom Jesus do Matozinhos era o senhor Antônio Augusto Viana, de 80 anos. Morador da cidade há mais de 60 anos, ele estava curioso para a passagem da tocha olímpica pela cidade.

“Já ouvi falar da tocha, mas quero ver pessoalmente como é”, contou. “A festa está bonita. Eu gosto de ver esse povo alegre, essa quantidade de pessoas nas ruas. Está parecendo a Festa do Rosário”, comparou, referindo-se à tradicional celebração religiosa do município.

Dona Luzia Souza, 75 anos, e o senhor Geraldo Caetano de Souza, moram em Couto de Magalhães desde que nasceram. Atualmente morando na zona rural do município, eles foram até a cidade para conferir não só o evento, mas a participação de familiares.

“Minha neta e meu sobrinho tocam na banda da cidade. Vim para assistir à apresentação deles e aproveitar para conhecer a tocha”, contou seu Geraldo. A esposa comemorou a passagem do símbolo olímpico. “É muito bom ver que algo tão importante está acontecendo aqui. Muito bom poder ver de pertinho a chama, que até hoje só vimos pela televisão”, disse satisfeita.

Matizes da cultura popular

Cerâmica, lã, palha, capim dourado, madeira e até mesmo o leite viram matéria prima para arte nas mãos dos mestres artesões do Alto Jequitinhonha. Predominante em todas as localidades, o artesanato tradicional, além de garantir autonomia financeira e inclusão social, são bens simbólicos de Minas Gerais.

Couto de Magalhães de Minas guarda, além das bonecas de palha, a arte da réplica, tapeçaria, cerâmica, cestaria, entre tantos outros ofícios que trazem a identidade local e as influências das culturas portuguesas e afro-indígenas.

Exemplos destas obras de arte foram expostas durante a passagem do Tour da Tocha pelo pequeno município, que também apresentou ao público presente à Praça Bom Jesus de Matozinhos as danças e cantigas folclóricas que formam a rica cultura local.

Inês Bernardina Lemos, 86 anos, coordenadora do grupo de Pastorinhas da cidade há mais de 60 anos, levou toda a sua crença para o local. “Somos pastoras vindas do presépio, onde nasceu Jesus salvador”, cantava com alegria junto com as jovens meninas que as acompanhavam.

A festividade também foi contemplada com a apresentação musical da Banda Bom Jesus de Matosinhos, fundada há mais de 50 anos, e do grupo folclórico da Marujada, mais uma singular tradição da pequena e acolhedora Couto de Magalhães de Minas.

Cidadã ilustre

Catherine Rabelo, 16 anos, é moradora de Couto de Magalhães de Minas e foi escolhida para conduzir a tocha olímpica na sua passagem por Minas Gerais. Na pequena cidade, a jovem tornou-se celebridade. “Estou muito surpresa, mas é ótimo poder dar às pessoas a oportunidade de se aproximar e até segurar a tocha”, comentou. Ex-atleta de futsal e capoeira, ela teve que se afastar do esporte por um problema de coluna.

Passagem da Tocha Olímpica por Couto Magalhães de Minas (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)

Dona Luzia e o senhor Geraldo Caetano moram em Couto de Magalhães (Foto: Renata Silva)

Passagem da Tocha Olímpica por Couto Magalhães de Minas (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)

Passagem da Tocha Olímpica por Couto Magalhães de Minas (Foto: Marcelo Sant’Anna/Imprensa MG)

(Agência Minas)

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