Comunidades rurais afetadas pela seca no Norte e Nordeste de Minas comemoram chegada da água

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Quatro empresas contratadas pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor), por meio de sua autarquia, o Idene, trabalham na perfuração e instalação de 482 poços artesianos em cerca de 130 municípios mineiros que decretaram situação de emergência devido à seca e à estiagem. A ação faz parte do Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca, lançado pelo governador Fernando Pimentel em dezembro do ano passado.

A viabilização da água nas comunidades rurais ganha comemoração coletiva. O agricultor familiar Sebastião Vieira, da comunidade de Rio das Pedras, em Glaucilândia, Norte de Minas, doou 7 hectares de seu terreno para a perfuração do poço que vai beneficiar mais de 120 famílias. “Fiz isso não só porque vai ser bom pra mim, mas porque vai ajudar muita gente da nossa comunidade. Água é vida, sem água a gente não pode ter nada”, afirma.

Moradora da zona rural de Joaíma, Vale do Jequitinhonha, Orodília Gonçalves Ribeiro, conhecida como Netinha, já viu muitas pessoas desistirem da vida na roça por causa da falta d’água. Agora, ela comemora a chegada da água com a perfuração do poço artesiano que vai beneficiar pelo menos 25 famílias da comunidade. “A gente aqui não tinha água pra nada. Muita gente já teve que ir embora porque não tinha água nem para beber. E esse poço vai unir ainda mais a nossa comunidade porque a gente quer ficar aqui. Vou terminar de construir a minha casa porque é aqui que eu gosto de viver”, declara a agricultora.

A estimativa é que cerca de 15 mil famílias do Norte e Nordeste de Minas Gerais sejam beneficiadas por esta ação. Além da perfuração dos poços, o investimento estadual, no valor de R$ 15,1 milhões, garante, também, revestimento, colocação de bomba, quadro de força e ligação elétrica dos poços artesianos.

Com outros R$ 4,4 milhões, o Plano também contempla a instalação de poços que já estavam perfurados e que não funcionam por falta de equipamentos. São reservatórios de água, tubos de pvc e conjuntos de motobomba, que vão levar a água para as residências.

“Este Plano vai permitir que essas famílias permaneçam no campo com mais qualidade de vida, produzindo e gerando renda”, afirma o secretário da Sedinor, Paulo Guedes, ao lembrar que a população do Norte e Nordeste de Minas Gerais está vivendo uma das maiores estiagens da história da região.

Perfuração de poços artesianos beneficiará 15 mil famílias (Foto: Divulgação)

Sementes para fomento à agricultura familiar

Outra ação do Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca foi a doação, no mês de dezembro, de 730 toneladas de sementes de milho, feijão e sorgo. R$ 4,9 milhões foram investidos com o objetivo de fortalecer a agricultura familiar por meio do fomento à produção de alimentos.

A aquisição das sementes por parte dos pequenos produtores rurais significa um investimento muito alto e nem sempre possível, sobretudo, em período de seca quando os preços se tornam ainda mais caros.

Apesar da pouca chuva na região, muitos pequenos produtores comemoram a colheita do milho e do sorgo – única fonte de alimentação dos rebanhos durante a estiagem – e do feijão, que garante alimento para as famílias.

O senhor Antônio Rodrigues Vasconcelos Neto, 52 anos, presidente da Associação de Produtores Rurais de Charquinho, zona rural do município de Francisco Sá, usou o dinheiro que economizou com a compra das sementes para fazer um pequeno sistema de irrigação na propriedade, com isso garantiu uma boa colheita.

O produtor fala da expectativa das comunidades em continuar recebendo apoio do governo, especialmente na viabilização de sistemas simplificados de abastecimento de água, barreiros, pequenas barragens, cisternas e outras ações de captação de água. “A gente viveu a maior seca aqui da região. O rebanho hoje de Francisco Sá é 30% menor do que era. Sem água a gente não pode manter a criação e nem a lavoura. Eu vou tirar umas 15 toneladas de sorgo e umas três de milho, mas, com o rebanho de 70 cabeças isso só dá para uns 90 dias”, disse.

O Senhor Antônio Elton da Silva, da comunidade de Angico, também em Francisco Sá, concorda que as sementes ajudaram muito. “Para os mais carentes ajuda muito porque não tira do dinheiro da feira, das despesas da casa para comprar semente”. O produtor também participa do Leite pela Vida, programa executado pelo Sistema Sedinor/Idene, que compra o leite da agricultura familiar e fornece a famílias em situação de vulnerabilidade social. Segundo seu Antônio, mesmo com toda a dificuldade, ele consegue entregar até 70 litros de leite por dia na cooperativa.

A receita do bem-viver quem dá é o senhor Eramos Inácio Aquino, 73 anos. Ele chegou menino ainda em Francisco Sá, fugindo da seca na Paraíba. “Sabe o que eu acho? Que todo mundo precisa fazer a sua parte. Precisa ter coragem para trabalhar. Não pode ter medo não. A seca dificulta pra todo mundo, mas com a nossa força e a ajuda do governo conseguimos seguir em frente”, declara o agricultor.

(Fonte: Sedinor)

2 COMENTÁRIOS

  1. Esta abertura de poço não deixa de sr importante,Mais importante é o perdão das dividas rurais mais antigas que andam atormentando a vida deste povo,isso o Pimentel não fala,como também o alongamento das mais novas,o governo do Pimentel o PT andou perdoando dividas de outros países e para brasileiros da região seca não tem perdão,isso é muito engraçado dizem que é partido dos pobres,Até no regime Militar em épocas de seca ove perdão e neste governo que se diz democrítico só se fala em renegociação,nestes governo é luz cara é água cara é impostos Matando Etc e para socorrer os sofredores da seca só medidas paliativas,Quero ver nas eleições que vem se este povo ainda vão votar.

  2. Os poços artesianos deve ser uma alternativa imediata é preciso que as autoridades competentes busquem soluções definitivas como açudes,barragens e captação da agua da chuva que cada vez mais está diminuindo em nossa região.Não sou tecnico mas na minha opinião os poços artesianos contribuem para secar ainda mais a nossa região e com menos umidade o resultado é menos chuvas,mas infelizmente o BRASILEIRO só acorda quando acontece uma tragedia.pronto falei!

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