Jovens são mais expostos à violência em Governador Valadares

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Taxa de mortes entre adolescentes na cidade é o dobro da de Minas Gerais e do país.

Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, caiu da 3ª para a 11ª posição no Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), que aponta as cidades brasileiras com ambiente de maior risco de vida a jovens de 12 a 18 anos. A taxa de 7,35 mortes para cada grupo de mil pessoas desta faixa etária é mais que o dobro da de Minas Gerais (3,52) e do país (3,32). Especialistas cobram resultado das políticas de prevenção e proteção.

Para o sociólogo Dirley Henriques, as causas do fenômeno da violência podem ser diversas, mas cada região tem um histórico. Em Valadares, está enraizada. “Em nosso município, a violência do processo de ocupação e o conflito e o confronto de diversos interesses que aqui convergiram ainda estão presentes. Somam-se a esse processo uma cidade com poucas oportunidades, empregos de baixa remuneração e o tráfico de drogas”, enfatiza. A solução, segundo ele, está em um processo de desenvolvimento social amplo, na manutenção das políticas de desenvolvimento e combate a violência de modo permanente, evitando as ações pontuais apenas próximo às eleições.

“Quando se observa a evolução dos dados do índice, verifica-se que Valadares melhorou entre os anos de 2005 e 2009, baixando de 6,88 (mortes por grupo de mil) para 3,04. Nos anos seguintes a 2009, o índice subiu rapidamente, saltando de 3,04 para 7,32 em 2012”, explica.

Para frear a violência entre os jovens, a cidade tem alguns programas. O secretário municipal de Educação, Jaider Batista, destaca a Escola em Tempo Integral, implantada em toda a rede pública, a partir de 2010. Também foi implantado o Pro Jovem Urbano, que garante aos jovens de 18 a 29 anos a chance de concluir o ensino fundamental. “É importante considerar que o IHA publicado é de 2012. Portanto, com uma defasagem de dois anos”, pondera.

De acordo com a divisão de homicídios em Valadares, 18 jovens com idade entre 12 e 17 anos foram assassinados em 2014, quatro a mais que em 2013, que fechou o ano com 14.

Taxa de mortes entre adolescentes na cidade é o dobro da de Minas – Foto: Leonardo Morais/Hoje em Dia

(Fonte: Jornal Hoje em Dia)

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