História de Araçuaí é recontada em desfile cívico em homenagem aos 143 anos de emancipação

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O desfile contou com a participação de estudantes das 30 escolas do município

Estudantes das 30 escolas públicas e particulares de Araçuaí recontaram na manhã desta sexta-feira (19), a história do município localizado no Vale do Jequitinhonha. Cerca de 3 mil pessoas participaram do desfile cívico em homenagem aos 143 anos de emancipação político-administrativa.

Foram lembrados desde os primeiros moradores, passando pelos canoeiros, tropeiros, índios, bandeirantes, imigrantes, surgimento do comércio, a chegada e o fim da estrada de ferro Bahia/Minas, as grandes enchentes, a inauguração da luz elétrica, as famílias tradicionais, os coronéis da política, os clubes e bares da cidade, a implantação da Diocese, do Colégio Nazareth, até os dias atuais.

As escolas dividiram os alunos em pelotões e cada um explorou um tema determinado. Grandes painéis empurrados por um grupo de estudantes, com fotos dos casarões e casebres, lembravam como eram as moradias dos séculos 18 e 19 na cidade.

O desfile foi puxado por um carro com um painel com a foto das memorialistas Cléa Dalva e Virgínia Chaves (dona Zina) homenageadas durante o desfile. Elas foram responsáveis pelo mais completo levantamento histórico de Araçuaí, através de anos de pesquisa. Ambas faleceram sem ver o sonho realizado que era a publicação de um livro sobre o trabalho.

Homenagem às memorialistas Clea Dalva e Zina Chaves – Foto: Gazeta de Araçuaí

Provável origem do município foi esquecida

Não houve lembrança daquela que pode ter sido a fundadora de Araçuaí – Luciana Teixeira -, proprietária da fazenda Boa Vista do Calhau, entre os rios Calhauzinho e Araçuaí. De acordo com a história, tudo começou na Barra do Pontal, na confluência dos rios Araçuaí e Jequitinhonha, ponto de parada dos canoeiros que traziam da Bahia, entre os anos de 1830 a 1840, mercadorias que se espalhavam pelo sertão, através dos tropeiros.

Onde há canoeiros, há mulheres, bebidas alcoólicas e muita folia. O padre Carlos Pereira de Moura, responsável pela igreja no local, acabou expulsando as prostitutas, que desorientadas emigraram rio acima, achando abrigo na fazenda de Luciana Teixeira que cedeu terras às margens do ribeirão Calhau para que elas pudessem se alojar.

Atraídos pelas mulheres, os canoeiros mudaram de porto e no local surgiu um arraial com nome de Calhau que deu origem à atual Araçuaí que foi elevada à categoria de cidade em 21 de setembro de 1871.

Ainda segundo a história, Luciana Teixeira nunca foi prostituta. Pelo menos é o que pode ser constatado em artigo do historiador francês Saint Hilaire que se hospedou com ela em meados de 1817. Luciana era uma mulata educada e religiosa. natural da região de Minas Novas, onde faleceu.

O desfile contou ainda com a participação das fanfarras de Itinga, Capelinha, Itaobim e Coronel Murta.

(Gazeta de Araçuaí)

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