Medicamentos biossimilares provocam menos efeitos colaterais e tendem a ganhar espaço

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Identificar a letra “G” em uma embalagem de remédio logo nos faz concluir que trata-se de um medicamento genérico, aquele com substância ativa idêntica à do original e até 80% mais barato.

Já os chamados biossimilares, cópias autorizadas dos remédios biológicos (feitos a partir de células vivas), na maior parte das vezes passam despercebidos.

A boa notícia é que a produção deles – considerados mais eficazes do que os sintéticos, porque são direcionados a alvos terapêuticos específicos – está ganhando força no Brasil e deverá atingir níveis ainda melhores nos próximos cinco anos, prazo previsto para vigorarem as medidas de incentivo anunciadas pelo governo federal no ano passado.

O assunto foi debatido durante o 4º Fórum Latino-Americano de Biossimilares, realizado paralelamente ao 5º Fórum Brasileiro de Biossimilares, em Brasília.

Segundo o reumatologista e coordenador dos eventos, Valderílio Feijó Azevedo, o país já está entrando na era de grandes produções de biofármacos, avanço importante para garantir autonomia nacional.

“Estamos vendo cada vez mais medicamentos biológicos surgindo no mercado para tratar tanto doenças inflamatórias autoimunes quanto raras e neoplásicas. Agora, também vamos assistir aos biológicos serem produzidos para outras enfermidades, como infectocontagiosas, doenças crônicas e cardiovasculares”, afirmou Azevedo.

Contraponto

Atualmente, grande parte desses medicamentos é direcionada para o tratamento de cânceres, diabetes, artrite reumatoide, psoríase, hepatites e esclerose múltipla. São empregados, também, em condições agudas, como tromboembolismo, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

Apesar das vantagens dos biológicos em relação aos sintéticos, apenas 40% do que a indústria farmacêutica mundial produz são referentes aos medicamentos biossimilares. Em uma década, a estimativa é a de que essa fatia chegue a 50%, de acordo com o reumatologista.

“A importância maior desses fóruns é a educação. Houve uma época em que pacientes tratados com medicamentos biológicos e biossimilares sabiam mais sobre eles do que os próprios profissionais da saúde. Promovi um seminário com reumatologistas, uma vez, e foi algo desastroso”, disse Azevedo.

Segundo ele, a questão é, de fato, complexa, mas o Brasil tem demonstrado grande avanço nesse assunto. O país foi o primeiro da América do Sul a regulamentar os biossimilares e o pioneiro, junto à Venezuela, na regulamentação dos biológicos.

(Hoje em Dia)

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