Pai luta há dois anos pela internação do filho em Araçuaí

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Há dois anos, o trabalhador autônomo, Juarez Gomes Caldeira, 50 anos, percorre corredores do Ministério Público, da prefeitura municipal e do Conselho Tutelar de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em busca de tratamento e internação para o filho dele, de 12 anos, que sofre de TDAH – um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade.

O pai exibe os inúmeros pedidos de providências para o caso do filho – Foto: Gazeta de Araçuaí

De acordo com o pai, o garoto, que mora atualmente com a mãe, está sem acesso à escola, a projetos sociais e não está recebendo a medicação que necessita. Por conta disso, o menino está causando sérios problemas e colocando a vida de outras pessoas em risco.

“Agora ele só fala em matar. Ele já tentou me matar, matar outra criança e um homem, quando estava surtado. Tive de acionar a polícia militar”, lembra o pai.

Juarez Gomes conta que quando se divorciou, ele ganhou a guarda do filho. Mas, como ficou sem condições financeiras de cuidar do garoto, a mãe assumiu a responsabilidade.

“Enquanto ele esteve comigo, eu permanecia na sala de aula para que ele aprendesse a ler, a escrever e a respeitar os colegas e professores. Ele frequentava projetos sociais e tomava os remédios corretamente. Agora, tudo que planejei para ele, está indo por água abaixo”, ressalta Juarez.

Revoltado e indignado com a indiferença dos órgãos públicos da cidade, ele denunciou por duas vezes os promotores de Araçuaí, à Ouvidoria do Ministério Público de Minas Gerais.

“Recorri ao Conselho Tutelar e eles encaminharam meu caso para o Ministério Público e até hoje não consegui uma internação para meu filho no CEPAI – Centro Psíquico da Adolescência e Infância – em Belo Horizonte”, afirma Juarez.

“Já passei muita humilhação em busca dos direitos do meu filho, em vários órgãos municipais de Araçuaí”, reclama Juarez.

Segundo ele, é preciso uma ordem judicial para o internamento da criança que já ficou 16 dias internado no CEPAI.

“Se ele tomar a medicação correta, receber acompanhamento psicológico e psiquiátrico, ele fica tranquilo, sem perturbar ninguém”, lembra o pai.

O outro lado da história

Em resposta aos pedidos do pai da criança, o Ministério Público informou que já instaurou os procedimentos necessários.

Informou ainda que não houve encerramento completo das demandas, em virtude do excesso de serviço e por causa da necessidade de se atenderem outras medidas, que não dependem apenas do Ministério Público.

A promotoria garantiu que vai chamar o pai para tentar solucionar o problema.

“Quero que meu filho seja internado no CEPAI ou em outra instituição que eu possa acompanhá-lo. Será que isso é tão difícil assim? Que Justiça é essa, que Estado é esse? Exijo o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)“, finaliza o pai do garoto.

(Gazeta de Araçuaí)

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