Tudo pronto para abertura de uma das mais importantes vitrines do artesanato nacional. É a 1ª Feira Brasil Original, no Centro de Exposições Anhembi – Pavilhão Oeste, em São Paulo, que vai desta quinta-feira (20/10) até o domingo (23/10). No espaço, estarão reunidos artesãos de todo o país, incluindo 23 mineiros que representam o trabalho de aproximadamente 250 artesãos das diversas regiões, e que recebem o apoio efetivo do Governo do Estado de Minas Gerais, a partir do chamamento público realizado no mês passado. A expectativa é de comercializar 5.000 peças e conseguir um faturamento superior a R$ 200 mil.
Para Minas Gerais – que possui uma das maiores delegações do evento – estão reservados 180 metros quadrados para expor e vender o que de melhor é produzido no território mineiro. O apoio aos artesãos se dá por meio de uma parceria efetiva do governo – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Integrado e Fóruns Regionais (Sedif) e Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) – com o Sebrae Minas.
De acordo com informações da Coordenadoria do Artesanato, a 1ª Feira Brasil Original surgiu como resultado de mobilização dos Estados e do Distrito Federal junto ao Sebrae Nacional e ao governo federal para que propiciassem a entrada dos artesãos de todo o Brasil no mercado paulistano. “Os profissionais do artesanato estiveram em São Paulo, em 2014, portanto, já sabiam do interesse pelos seus produtos e queriam mais essa oportunidade”, disse o coordenador do Artesanato, Thiago Tomaz. Naquela ocasião foram vendidas, aproximadamente, 4.000 peças mineiras, com o faturamento de R$ 156 mil.
Segundo o secretário da Sedif, Fábio Cherem, muito mais do que a questão econômica, o apoio do governo do Estado tem importância social e cultural. “Com a parceria estabelecida fortemente com o Idene e o Sebrae Minas está sendo possível levar as belezas produzidas em Minas para mais um evento de grande porte”, disse Cherem, que esteve com os artesãos mineiros na Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte), no Recife, em Pernambuco.
Feira Brasil Original acontecerá no Centro de Exposições Anhembi (Cintia Rezende/Divulgação)
Trabalho associativo
O estande do artesanato mineiro terá bonecos em madeira, tecidos em algodão reaproveitado, brinquedos pedagógicos, adornos decorativos em madeira e tecido, utilitários feitos em fibras vegetais, entre outros produtos.
Do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha, duas comunidades irão expor a arte feita em cerâmica. Entre elas, a Associação de Artesãos de Coqueiro Campos, da comunidade de Campo Buriti, Associação dos Lavradores e Artesãos de Campo Alegre, ambas do município de Turmalina, formada por cerca de 40 associados em cada uma delas. O grupo irá levar adornos de cerâmicas, como vasos, flores, moringas e as tradicionais bonecas de argilas do Vale do Jequitinhonha.
A tecelagem também ganhará evidência com colchas, xales, tapetes e mantas produzidas nos teares do Vale do Urucuia, tingidas naturalmente por casca de cebola, sucatas de ferro e frutas do cerrado, que dão cor às linhas de algodão pelo trabalho das associações de artesãos dos municípios de Riachinho, Uruana de Minas, Sagarana (distrito de Arinos), Natalândia e Bonfinópolis de Minas. Juntas, elas participam de uma rede de produção de tingimento, fiação e tecelagem que ganha o nome de Central Veredas.
Artesanato de Turmalina será exposto na 1ª Feira Brasil Original (Divulgação)
Artesanato mineiro em números
A Coordenação do Artesanato (Sedif) estima que Minas Gerais tenha cerca de 300 mil artesãos, com uma movimentação aproximada de R$ 2,2 bilhões por ano em toda a cadeia. O Governo do Estado fomenta o setor com apoio na participação de feiras e também por meio da emissão da Carteira Nacional do Artesão e do Trabalho Manual. Atualmente são mais de 3.000 artesãos cadastrados.
Em 2015, foram 13 eventos regionais e nacionais que contaram com o apoio do governo mineiro. Nesses eventos foram atendidos 4.000 artesãos. Em relação a 2016, o artesanato de Minas Gerais ganhou relevância na Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte), no Recife (Pernambuco), onde foram beneficiados 300 artesãos de todas as regiões do estado. O faturamento na principal feira, no Nordeste, chegou a cerca de R$ 600 mil. (Agência Minas)