‘Sensação de impotência’, diz dona de gata atingida por tiros de chumbinho em Ipatinga

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“Ela não tem noção da atrocidade que fizeram com ela, mas eu tenho. Doeu nela e também dói em mim. A dor maior é saber que o criminoso e monstro que fez isso está solto e rindo de toda a situação”, disse a jornalista Gizelle Ferreira, de Ipatinga, que teve a gata dela atingida por dois disparos de espingarda tipo chumbeira.

Babaloo, de um ano e três meses, segue internada em uma clínica veterinária em Coronel Fabriciano, e corre risco de ter a pata dianteira amputada. O laudo do médico veterinário apontou que um dos tiros destruiu a articulação do cotovelo da gata.

Gizelle conta que acordou no domingo e encontrou a felina ensaguentada dentro da cozinha. “Muito nervosa com a situação comecei a procurar um médico veterinário de plantão na região, e que aceitasse atender a Babaloo sem nenhum custo. Porque não tinha como pagar”, disse.

No primeiro momento, o veterinário, Renato Fernandes, acreditou que os ferimentos eram provenientes de uma briga de cães e gatos, mas após um raio-x, ficou comprovado que se tratava de tiros.

“Decidimos manter Babaloo internada, porque ela sofreu uma hemorragia local e segue com pouca vascularização na pata. Como o remédio injetável surte mais efeito, é mais prudente ela continuar aqui. Ela já passou por uma cirurgia ortopédica para retirada das balas alojadas, e também colocamos os pinos no braço. Se ela não responder a medicação vamos ter que fazer a amputação do membro”, explicou o médico.

Babaloo passou por uma cirurgia (Foto: Gizelle Ferreira/Arquivo Pessoal)

Suspeito

Três dias após o crime, a Polícia de Meio Ambiente esteve na residência onde a Babaloo mora e registrou o boletim de ocorrência. Em seguida, os militares foram até as casas de vizinhos para apurar os fatos.

“Eu já tive um outro gato que passou pelas mesmas circunstâncias da Babaloo, então desconfio dos meus vizinhos, mas não tenho como provar. Em outras oportunidades eles já me disseram que não gostam dos meus gatos e que eles incomodam. Poucos dias após o crime, um morador disse para mim que tem espingarda de chumbinho em casa, mas que não tinha atirado nela. Não posso acusar ninguém porque não vi. Sensação de impotência”, desabafou a jornalista.

O Comandante do Pelotão de Meio Ambiente do Vale do Aço, tenente Átila Porto, disse que somente este ano foram 25 denúncias de maus-tratos contra animais, número que pode aumentar com o trabalho de conscientização.

“Por isso fiz questão de fazer o boletim de ocorrência, e vou até o fim para apurar essa história. Muita gente diz que é para deixar de lado tudo isso, para não procurar confusão com vizinhos por conta de gato, mas não posso. Quase ninguém entende isso. Os animais, assim como crianças, são seres indefesos. Nunca me calarei diante de tal atrocidade”, afirma.

Gastos

Somente no primeiro dia de internação, as despesas de Babaloo na clínica veterinária ficaram em R$ 900. Após 10 dias de internação, esses custo já triplicaram, visto que a gata está sendo medicada diariamente e ainda pode ser submetida a uma outra cirurgia.

“Não sei como vou fazer para pagar isso. Estou recebendo doações e espero que outras pessoas também apareçam para ajudar. Tudo gera custo, mas não vou medir esforços para garantir que ela fique bem. Tenho outros três gatos e amo os animais. Acredito que, com a denúncia, podemos sensibilizar nossos legisladores a elaborarem leis mais rígidas, e que nós mesmo, por meio de exemplos, podemos mudar essa cultura de maus-tratos aos animais”, disse.

(Fonte: G1 dos Vales/Patrícia Belo)

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